China e UE acertam os ponteiros e criam grupo de trabalho financeiro

Foto China UE: VCG

A China e a União Europeia (UE) finalizaram conversas altamente proveitosas durante o 10º Diálogo Econômico e Comercial de Alto Nível. As discussões foram diretas e práticas, abordando questões relacionadas a investimentos, comércio, indústria, cadeias de suprimentos e cooperação financeira. O Ministério chinês anunciou que ambos os lados chegaram a acordos durante a reunião comercial realizada na terça-feira.

Este diálogo reveste-se de uma importância especial, acontecendo em um momento em que o mundo enfrenta mudanças profundas e uma economia global desacelerada. O Ministério ressaltou que isso injetará maior confiança no desenvolvimento da economia global e preparará o terreno para o 24º Encontro de Líderes China-UE que ocorrerá em breve.

O diálogo, relevante tanto em termos bilaterais quanto globais, resultou em mais convergências do que divergências, oferecendo um vislumbre de otimismo em meio às incertezas globais causadas por tensões geopolíticas, conforme especialistas destacaram.

Ambas as partes estão comprometidas em manter um ambiente de negócios justo e não discriminatório, promovendo a abertura entre si. A China expressou sua prontidão para explorar completamente mecanismos de diálogo, como o Diálogo de Política Comercial e de Investimento China-UE e o Grupo de Trabalho Econômico e Comercial China-UE, para reforçar a comunicação entre o Ministério do Comércio chinês e a Direção-Geral do Comércio da Comissão Europeia.

Durante as conversas, foi enfatizada a importância de cadeias de suprimentos transparentes e previsíveis, especialmente para matérias-primas críticas. Ambas as partes concordaram em continuar explorando como implementar um mecanismo de transparência nas cadeias de suprimentos de matérias-primas entre a China e a UE.

Além disso, ambas as partes concordaram em estabelecer um mecanismo de diálogo no campo do controle de exportações e aprofundar a comunicação sobre políticas e práticas de controle de exportações.

No que diz respeito às investigações recentemente iniciadas pela UE, incluindo a revisão dos subsídios estrangeiros, do mecanismo de ajuste de fronteira de carbono e outras políticas comerciais, a China expressou a esperança de que a UE aplique medidas de reparação comercial com discernimento, ao mesmo tempo em que promove uma cooperação mais sólida na nova indústria de veículos elétricos (VE).

No início deste mês, a UE anunciou o início de uma investigação anti-subsídios sobre VE fabricados na China, com o objetivo de proteger a incipiente indústria de VE na Europa.

Questões específicas também foram discutidas, como a simplificação das aprovações para fabricantes de cosméticos da UE. As autoridades chinesas se comprometeram a resolver os atrasos nos pedidos de licenças para fórmulas infantis.

No setor financeiro, a China e a UE deram passos práticos ao criar um novo Grupo de Trabalho China-UE sobre Regulamentação Financeira para colaborar em áreas-chave, incluindo a abertura mútua de oportunidades de investimento nos mercados financeiros para instituições financeiras, garantindo a continuação da cooperação em finanças sustentáveis e tecnologia financeira e a melhoria das regras relativas à infraestrutura de TIC para o setor financeiro.

Além disso, será analisada a regulamentação aplicada a instituições financeiras estrangeiras, inclusive a possibilidade de compartilhamento de dados financeiros transfronteiriços.

O Ministério chinês também expressou sua disposição em considerar seriamente a inclusão de mais bancos da UE com entidades legais na China nas iniciativas de redução das emissões de carbono.

Li Yong, pesquisador sênior da Associação Chinesa de Comércio Internacional, enfatizou que o diálogo tem relevância tanto em âmbito bilateral quanto global e que há mais áreas de concordância do que de discordância.

Ele destacou que ambas as partes comunicaram amplamente, com base em suas posições individuais, e chegaram a um entendimento sobre questões que enfrentarão juntas no futuro. Isso estabelece uma base aberta e positiva para a cooperação futura, o que é significativo em um contexto de crescentes incertezas devido às tensões geopolíticas globais. Li também elogiou a atitude da China em relação à cooperação financeira europeia, descrevendo-a como positiva e aberta, com um mecanismo de comunicação de cooperação claro.

Com informações da Global Times

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