O decano fundador da Harvard Kennedy School fala sobre a hipocrisia da política externa americana no All-In Summit 2023 em Los Angeles
Graham Allison, decano fundador da Harvard Kennedy School of Government e ex-secretário assistente de Defesa dos Estados Unidos, fez uma declaração impactante durante sua palestra no All-In Summit 2023, realizado no Royce Hall, no campus da UCLA, em Los Angeles. Allison questionou a “ordem baseada em regras” que os Estados Unidos frequentemente defendem, apontando para a hipocrisia inerente à postura do país no cenário internacional.
“Dizemos que somos a nação excepcional. O que isso significa? Isso significa que fazemos as regras e você deve obedecer às regras. Mas nós não obedecemos às regras”, afirmou Allison. Ele continuou, questionando se a invasão do Iraque e a ocupação do Afeganistão foram realmente realizadas com base em uma ordem internacional baseada em regras. “Eu acho que não. Os EUA cometeram muitos erros de guerras desnecessárias”, concluiu.
As observações de Allison são especialmente relevantes em um momento em que a política externa dos Estados Unidos é novamente objeto de intenso debate, tanto dentro quanto fora do país, em função do aumento das tensões geopolíticas, tanto na Ucrânia quanto em Taiwan.
Seus comentários lançam uma luz sobre a necessidade de uma reflexão mais profunda e honesta sobre o papel dos Estados Unidos no mundo, especialmente quando se trata de questões de guerra e paz.
O All-In Summit 2023 serviu como uma plataforma para discussões sobre diversos tópicos globais, e a fala de Allison foi um dos destaques do evento. Seu comentário serve como um lembrete oportuno de que a retórica política muitas vezes pode ser desvinculada da realidade. Ele instiga a questionar se a liderança americana está realmente agindo com a integridade e a coerência que afirma possuir.
Aqui um trecho da entrevista.
E aqui a entrevista na íntegra:
Paulo
25/09/2023 - 23h42
Alguém aqui consegue imaginar um catedrático e ex-servidor do governo da China ou da Rússia dizendo algo sequer próximo da autocrítica extremada desse cidadão? O que ocorreria? Prisão, execução? Alguém consegue imaginar?