Greve: 18 mil trabalhadores paralisam a indústria automobilística dos EUA

Imagem: Agência Brasil

O sindicato United Auto Workers (UAW), que representa os trabalhadores da indústria automobilística nos Estados Unidos, estendeu a greve contra as fabricantes de veículos no país nesta sexta-feira (22). De acordo com o sindicato, mais 5.600 trabalhadores se juntaram à paralisação, elevando o total de grevistas para 13.200.

O presidente do UAW, Shawn Fain, anunciou que 38 centros de distribuição de peças pertencentes à GM (General Motors) e à Stellantis aderiram à greve. Essa paralisação, que teve início em 15 de setembro, já se estendeu para mais de 20 estados dos Estados Unidos.

“Fecharemos a distribuição de peças até que essas duas empresas recuperem o juízo e cheguem à mesa com uma oferta séria”, declarou Fain.

A Ford, que também está sob os efeitos da greve, não registrou novas paralisações em seus centros. O sindicato informou que conseguiu progredir nas negociações com a montadora e que houve melhorias nas propostas apresentadas pela empresa.

“Ainda temos problemas a serem trabalhados, mas precisamos reconhecer que a Ford está mostrando ser séria sobre alcançar um acordo”, afirmou o presidente do sindicato.

Esta é a primeira vez que o UAW realiza uma mobilização envolvendo três empresas simultaneamente. Os contratos em vigor entre o sindicato e as montadoras expiraram em 14 de setembro e não foram renovados devido à falta de acordo entre as partes.

O grupo está reivindicando várias demandas, incluindo aumentos salariais, benefícios aprimorados e proteções contra demissões. Até o momento, nem todos os membros filiados foram convocados para participar da greve, mas o número de adesões pode aumentar nos próximos dias, conforme informado pela organização.

Reivindicações do Sindicato para a General Motors:

  1. Aumento salarial em dois dígitos – aumento de 10% ao longo de 4 anos.
  2. Reajuste salarial com base na inflação – rejeitado.
  3. Melhor distribuição dos lucros (US$ 2 para cada US$ 1 milhão) – fórmula de concessão de distribuição de lucros que, segundo o sindicato, teria resultado em uma redução de 29% no salário anual dos trabalhadores se aplicada em 2022.
  4. Integração no Programa Federal de Proteção Familiar para Trabalhadores e direito de greve – rejeitado.
  5. Folgas e feriados remunerados – rejeitado.
  6. Aumento de pagamento para aposentados – rejeitado.

Reivindicações do Sindicato para a Ford:

  1. Estabelecimento de um limite para funcionários temporários e efetivação após 90 dias – rejeitado.
  2. Aumento salarial em dois dígitos – aumento de 9%.
  3. Reajuste salarial com base na inflação – rejeitado.
  4. Restauração do pagamento de pensão e plano de saúde para aposentados – rejeitado.
  5. Integração no Programa Federal de Proteção Familiar para Trabalhadores e direito de greve – rejeitado.
  6. Melhor distribuição dos lucros (US$ 2 para cada US$ 1 milhão) – fórmula de concessão de distribuição de lucros que, segundo o sindicato, teria resultado em uma redução de 21% no salário anual dos trabalhadores se aplicada em 2022 e 2021.
  7. Folgas remuneradas e maior remuneração em feriados – rejeitado.
  8. Aumento de pagamento para aposentados – rejeitado.

Reivindicações do Sindicato para a Stellantis:

  1. Aumento salarial em dois dígitos – aumento de 14,5% ao longo de 4 anos.
  2. Reajuste salarial com base na inflação – rejeitado.
  3. Melhor distribuição dos lucros ($2 para cada US$ 1 milhão) – rejeitado.
  4. Integração no Programa Federal de Proteção Familiar para Trabalhadores e direito de greve – rejeitado.
  5. Folgas remuneradas e maior remuneração em feriados – rejeitado.
  6. Aumento de pagamento para aposentados – rejeitado.
Rhyan de Meira: Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira
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