O relatório enviado pela Controladoria-Geral da União (CGU) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela má gestão de auxílios públicos durante a campanha eleitoral do ano anterior. Segundo o documento, aproximadamente R$ 8 milhões foram descontados indevidamente de famílias beneficiárias do programa Auxílio Brasil.
A investigação também mostrou que mais de 5 mil empréstimos consignados foram acordados com prestações superiores ao limite permitido, afetando cerca de 56 mil famílias. As falhas foram encontradas em três tipos de benefícios oferecidos no ano passado: auxílio para taxistas, caminhoneiros e crédito consignado vinculado ao Auxílio Brasil.
Por intermédio da Caixa Econômica Federal, quase 3 milhões de pessoas contrataram o crédito consignado, o que corresponde a 14,10% de todos os beneficiários do auxílio. O valor médio desses contratos era de R$ 2.567,52, e quase todos (99,6%) foram acordados para serem pagos em 24 parcelas. Além disso, 46.855 famílias sofreram descontos indevidos, sem terem firmado qualquer contrato de empréstimo consignado.
A CGU também destacou que a maioria dos contratos (93%) foi feita em outubro de 2022, entre os dois turnos das eleições presidenciais, levantando suspeitas de uso eleitoral impróprio dos benefícios. Agora, cabe ao TSE determinar se houve ou não uso político inadequado do Auxílio Brasil.
Vinícius de Carvalho, ministro da CGU, ressaltou que os auxílios foram usados de forma inadequada durante o período eleitoral, tanto pela concentração de contratos nesse período quanto pela falta de cuidado no planejamento do programa.