Queda de menos de 1% da arrrecadação total, no acumulado até agosto, foi causada pelo recuo no preço dos minérios, que derrubou o pagamento de royalties à União. Cenário, porém, ainda é de otimismo
As receitas administradas pela Receita Federal experimentaram um crescimento real (ou seja, ajustado à inflação) no acumulado do ano de 0,69%, totalizando R$ 1,443 trilhão.
O mais surpreendente foi a arrecadação da Receita Previdenciária, que avançou 6% sobre o ano anterior, que já tinha sido um excelente ano, e chegou a R$ 387,1 bilhões no acumulado do ano até agosto.
Esse aumento foi impulsionado sobretudo por um crescimento de 8,81% na massa salarial.
A arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) para Rendimentos de Capital foi de R$ 73,5 bilhões, um aumento de 25,50%. Esse crescimento foi influenciado por aumentos de 59,07% em renda fixa, 16,49% em fundos de renda fixa e 32,90% em juros sobre capital próprio.
Já o IRRF para Rendimentos do Trabalho totalizou R$ 127,8 bilhões, com um aumento de 5,56%. Esse resultado foi devido a aumentos de 7,28% em rendimentos assalariados e 14,57% em participação nos lucros ou resultados..
No acumulado de janeiro a agosto de 2023, a arrecadação total, incluindo receitas não administradas pela Receita Federal, alcançou R$ 1,518 trilhão, montante estável em relação ao mesmo período de 2022 (na verdade, um recuo inferior a 1%).
Analistas lembraram que 2022 foi um ano atípico, com níveis de arrecadação significativamente mais altos em comparação com anos anteriores. Pelo gráfico abaixo, com média móvel mensal dos últimos 12 meses, vemos que a arrecadação federal atravessa o ano de 2019 um pouco acima de R$ 160 bilhões por mês, cai para perto de R$ 150 bilhões em 2020 (possivelmente por causa da Covid), e experimenta vigorosa recuperação em 2021, estabilizando-se em 2022 acima de R$ 190 bilhões mensais.
Em agosto deste ano, a arrecadação federal totalizou R$ 172,8 bilhões, registrando uma redução real de 4,14%, ajustada pelo IPCA. Essas informações foram divulgadas em uma coletiva de imprensa na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília.
Felipe Salto, economista-chefe e sócio da Warren Rena, ressalta que, descontados os efeitos não recorrentes, a receita administrada teria tido uma expansão de 3,9% no acumulado até agosto. “Entendo que os dados de atividade estão muito bons, inclusive melhores que o esperado”, diz Salto, em entrevista para a Folha. Ele também observa que a inflação, que geralmente ajuda na arrecadação, está exercendo o efeito contrário neste momento, especialmente devido à queda nos preços das commodities no setor produtivo.
Tiago Sbardelotto, da XP Investimentos, também chama atenção para a “normalização” dessas receitas. “Isso me parece ser o mais importante nesse momento. Estamos vendo agora um repique dos preços de petróleo, o que pode ajudar a recuperar uma parte das perdas recentes”, afirma Sbardelotto. Ele acrescenta que a recente revisão do crescimento do PIB de 2,5% para 3,2% neste ano não deve ter “nenhum impacto relevante” sobre a arrecadação.
As quedas na arrecadação estão concentradas em receitas ligadas ao setor extrativo, como royalties e impostos sobre o lucro de empresas do segmento. Nos primeiros oito meses, o governo arrecadou R$ 50,5 bilhões em royalties, R$ 24,2 bilhões a menos do que em igual período do ano passado — uma queda real de 32,4%. As receitas com impostos e contribuições pagos pelo segmento de extração de minerais metálicos caíram 63,2% entre janeiro e agosto deste ano, representando R$ 21,1 bilhões a menos do que em igual período de 2022.
Sbardelotto também lembra que o governo aprovou uma medida para tirar o ICMS da base de cálculo dos créditos de PIS/Cofins, mas o retorno está bem aquém dos cerca de R$ 4,6 bilhões estimados por mês. “As medidas implementadas pelo governo continuam mostrando resultados abaixo das expectativas, tornando mais difícil para o governo atingir a meta de resultado primário para 2024”, alerta.
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Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita Federal, esclareceu que essa queda não significa uma desaceleração da economia. Ele apontou fatores como o uso de créditos de PIS e Cofins e a queda nos preços de commodities como influenciadores.
A análise da Receita também mostrou um crescimento de 36% nas compensações tributárias com débitos de receita previdenciária e variações significativas em outros tipos de arrecadação, como rendimentos de capital e rendimentos do trabalho.
Eudes Gouveia da Silva
25/09/2023 - 00h50
Santa ingenuidade.
A esquerda não vê o que não quer ver. Ou tem preguiça.
Quem até hoje examinou, ou melhor, passou um pente fino nas “reformas” durante a administração do golpista Temer?
A trabalhista, previdenciária, controle de gastos, reforma do ensino médio, de exploração do petróleo, pec do teto, cortes no bolsa familia e prouni, obrigatoriedade de privatizações como da Eletrbrás e alteração do estatuto da Petrobrás. Além da pauta de costumes…
Acham que aqui no Brasil essa direita que não sabe fazer uma letra “O” com um copo (é só ver a bagunça no governo do capitão tapado) conseguiria redigir, organizar, por em votação e coordenar toda mudança na legislação em tão pouco tempo?
Estas reformas já estavam preparadas e estudadas nas prateleiras dos think tanks internacionais de direita, como a dos irmãos Koch, por exemplo ( https://www.brasildefato.com.br/2017/08/14/think-tanks-organizacoes-por-tras-da-guinada-da-direita-na-america-latina ).
Prepararam o golpe contra Dilma para com quintas colunas como Temer, José Serra, Moreira Franco e Eduardo Cunha e organizarem rapidamente a mudança da legislação, introduzindo as reformas e roubaram nosso petróleo, que financiava a educação, bolsa famíla e o SUS. A reforma da previdência prejudicou quem está se aposentando agora e no futuro. Se for por idade então… Estará na mais completa m…
Hoje a esquerda prefere não mexer nesses temas, pois está no governo e gastará menos com aposentadoria. Pessoas próximas me deram exemplos: Uma pessoa que trabalhou no serviço público, contribuiu por mais de 15 anos, 12 pelo teto, e que terá que esperar completar 67 anos, se aposentará com um salário mínimo. A mesma coisa que qualquer pessoa que nunca contribuiu e que receberá o Beneficio de Prestação Continuada aos 65 anos.
E por aí vai.
Não é a tóa que a previdência está superavitária. Qualquer um pode ver (e se surpreender) com quanto irá se aposentar: É só ir no aplicativo Meu INSS (tome um calmante antes).
Tony
22/09/2023 - 14h44
= menos dinheiro no bolso das pessoas….imbecil.