O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgado na manhã desta quinta-feira (21) apresenta um conjunto de inconsistências, com fragilidades nas informações, sem provas e conclusões genéricas. A Comissão foi instalada no dia 17 de maio deste ano e chega ao fim com uma derrota política da bancada agromilitar, representada por deputados e deputadas bolsonaristas que fazem oposição ao governo Lula.
A CPI, sem objeto determinado, realizou diversas sessões em seis meses de atuação, sem apresentar o contraditório, com um relator sem legitimidade, acusado de liderar um esquema de contrabando para os Estados Unidos e Europa de madeira extraída ilegalmente na Amazônia.
O MST destaca que o conjunto de denúncias sinalizadas no documento são frágeis, mal escritas, obtidas a partir de provas suspeitas, repletas de devaneios bolsonaristas. Reafirma uma perspectiva de criminalização contra a luta pela terra no Brasil. Repudiamos os pedidos de indiciamento contra os trabalhadores e as trabalhadoras Rurais Sem Terra citados no documento.
Essa manobra é uma forma de intimidação e perseguição contra as lideranças do MST que lutam pela Reforma Agrária Popular. Salles ataca lutadoras e lutadores reconhecidos historicamente em seus estados por combaterem as desigualdades sociais no campo brasileiro. Não aceitaremos esse tipo de perseguição.
Além dos indiciamentos, o documento propõe recuperar vários Projetos de Lei (PL), pautados pela Bancada Ruralista nos últimos anos, com o objetivo de avançar em processos de criminalização das organizações sociais e populares em nosso país, por exemplo, o PL 1595/2019, de autoria do Major Vitor Hugo (PSL/GO), que tipifica a luta social como ato terrorista. Destacamos que essa investida fere a Democracia e o pleno direito de lutar por dignidade no campo e na cidade.
Salles, o “réulator”, ao apresentar o relatório é visível o seu isolamento político e a tentativa de posicionar acusações no grito, ignorando totalmente os fatos e a realidade. As cenas finais desta CPI são melancólicas e nem deveria ter começado.
Em um país, onde brasileiros e brasileiras ainda passam fome e a concentração de terra ainda é uma realidade, apontamos a luta pela terra e da Reforma Agrária como medidas centrais para se discutir um projeto político para o campo, enfrentando os reais problemas do povo e garantindo o direito de viver e produzir alimentos saudáveis.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
21 de setembro de 2023
Nelson
22/09/2023 - 14h10
O MST é a prova cabal de que a união de esforços, a organização e a mobilização para a luta conjunta, pacífica e solidária, são instrumentos essenciais para a concretização de anseios comuns de todo o povo.
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Neste sentido, o MST está a mostrar o caminho a ser seguido pelo restante da população. E isto apavora o sistema dominante.
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Vai que, daqui a pouco, os cidadãos urbanos se “enchem” de ouvir as mentiras e manipulações da mídia hegemônica e passem a buscar a verdade sobre o movimento. Vai que, então, influenciados pelo MST, também passem a se unir, a se organizar e a travar essa luta conjunta, pacífica e solidária na busca de seu direito a uma vida digna.
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Então, os poderosos estarão a perigo, terão que repartir uma parte das suas riquezas. É a esse ponto que eles não querem deixar que a coisa chegue. Por isso, a campanha permanente de demonização do MST.
Nelson
22/09/2023 - 13h58
Noam Chomsky, um dos intelectuais mais prestigiados e influentes da nossa era, afirma que o MST ““o maior e mais importante movimento social do mundo”.
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E o povo brasileiro, em sua maioria, só não reconhece isso porque temos um conjunto de órgãos da mídia hegemônica, e seus comentaristas, que distorcem os fatos, quando não mentem deliberadamente ao divulgarem notícias sobre o movimento.
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Tivéssemos liberdade de imprensa e livre imprensa, de fato, no Brasil, e o povo brasileiro já estaria sabendo o que é, como age o MST e seus objetivos. Objetivos que comungam com os anseios da grande maioria do nosso povo.