China se consolida como principal fornecedora de plástico para o Brasil
Produção nacional de plástico atinge menor patamar em mais de 10 anos, com 6,7 milhões de toneladas em 2022
Essa foi mais uma das consequências da Lava Jato, operação midiático-judicial de cunho imperialista, cujo objetivo central era interromper e cancelar o processo de industrialização do petróleo no Brasil.
Plástico é um derivado de petróleo. Para se produzido, é necessário refinarias capazes de fabricar a matéria prima necessária. A queda da indústria brasileira de plásticos, portanto, é um desdobramento inevitável do processo que suspendeu a construção de novas refinarias de petróleo no país.
A China liderou as importações brasileiras de produtos plásticos em 2022, respondendo por 50,3% do volume total. Em contrapartida, os Estados Unidos ficaram bem atrás, com apenas 4,7% das importações, de acordo com dados recentes da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).
Embora a China domine em volume, a diferença em valor é menos acentuada. A China contribuiu com US$ 1,26 bilhão (32,9% do total), enquanto os Estados Unidos contribuíram com US$ 476,5 milhões (12,5% do total). Isso ocorre porque os produtos plásticos americanos têm maior valor agregado.
“A China não era tão competitiva para vender plástico localmente. Agora, junto com países vizinhos, responde por cerca de 50% da produção mundial”, afirma José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Abiplast, em entrevista para o Valor.
Desde 2018, o Brasil tem importado mais de 700 mil toneladas de produtos plásticos anualmente. Em 2022, foram 737,7 mil toneladas, das quais 370,76 mil toneladas vieram da China. No entanto, a indústria brasileira de plásticos tem enfrentado desafios para aumentar a produção e as exportações.
Ao mesmo tempo em que as importações asiáticas aumentam, a produção nacional de plásticos caiu para 6,7 milhões de toneladas em 2022, marcando o terceiro ano consecutivo de declínio. As exportações totalizaram 317 mil toneladas, um aumento de apenas 2,4%.
“O mercado está em queda e a tendência é piorar nos próximos seis meses”, alerta Roriz. Apesar de um primeiro semestre positivo em 2023, com um aumento de 5% na produção, a expectativa para o segundo semestre é de retração.
Na construção civil e no agronegócio, o consumo de plásticos tem sido significativo, mas ainda assim, o setor enfrenta desafios de competitividade. “A solução é ter resina competitiva aqui para exportar para outras regiões”, sugere Roriz.
Em 2022, o faturamento do setor de transformados plásticos foi de R$ 117,5 bilhões, com US$ 3,8 bilhões em importações e US$ 1,4 bilhão em exportações. A Argentina foi o principal destino das exportações, representando 32,9% do valor total. O setor empregava 343,9 mil trabalhadores em 11.339 empresas ativas no país.
Paulo
20/09/2023 - 22h06
“Marvada” essa tal Lava-Jato, não!?