A possível indicação do atual ministro da Justiça, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal (STF) já têm causado choro e ranger de dentes nos comentaristas de política da mídia tradicional, que decidiram fazer coro ao esgoto da extrema-direita nas redes sociais.
Desta vez o sociólogo e comentarista da GloboNews, Demétrio Magnoli, foi quem assumiu o papel de porta-voz da oposição extremista. O temor com a indicação é tão grande que Magnoli chegou a classificá-la como “avacalhação” e questionou o saber jurídico de Flávio Dino, que é professor de Direito e foi juiz federal da 1ª região entre os anos de 1994 a 2006.
“Flávio Dino um dia foi juiz, é parte da biografia oculta dele. Ele é um político. Sei que está fora de moda falar em lei, Constituição e tal, mas a Constituição fala que o requisito para indicação de um ministro do Supremo é ‘notável saber jurídico’, e Flávio Dino não tem isso. Pode ter outras qualidades, mas ele é um político”, disparou Magnoli.
Inevitavelmente que ao falar de “biografia oculta” de Dino, Magnoli abandona a responsabilidade e o compromisso com a verdade que um comentarista precisa ter com seu público. O sociólogo abraça de vez a narrativa dos extremistas e se junta ao chorume da extrema direita. Em resposta aos ataques e a usina de fake news, Dino foi as redes e respondeu o seguinte:
“Tenho recebido uma onda desvairada de ataques, desde agressões vis até a já conhecida indústria de fake news. Claro que mantenho a serenidade e a firmeza, como sempre. Além dos xingamentos habituais, chegaram a duvidar se eu tenho conhecimento jurídico”.
Vamos lembrar que durante os anos de chumbo da Lava Jato, o sociólogo defendia com unhas e dentes os desmandos do então juiz Sérgio Moro. Magnoli nunca se mostrou incomodado com o viés e a atuação política de Moro durante a força tarefa, que tinha como principal objetivo a prisão do presidente Lula e o desmonte da indústria nacional.
Diante das repercussões negativas, o comentarista da GloboNews chegou a dá um cavalo de pau nas próprias opiniões, mas tentando livrar a cara de Sérgio Moro e jogando a responsabilidade apenas em “procuradores-militantes”. “Que Moro desista de rotular Lula como corrupto, reconhecendo a anulação judicial das sentenças produzidas por seu conluio ilegal com os procuradores-militantes”, escreveu em artigo publicado na Folha em 31 de dezembro de 2021.