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Relatório do exército já apontava fragilidades do Palácio do Planalto um ano antes do 8 de janeiro

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro recebeu do Exército uma diligência sigilosa feita pela força em que analisa os erros cometidos no dia 8 de janeiro dentro do âmbito do Plano Escudo, a operação que envolve órgãos de segurança civis e militares destinada à defesa do Palácio do Planalto. […]

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O presidente Bolsonaro e os militares (Foto: Marcos Corrêa/PR)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro recebeu do Exército uma diligência sigilosa feita pela força em que analisa os erros cometidos no dia 8 de janeiro dentro do âmbito do Plano Escudo, a operação que envolve órgãos de segurança civis e militares destinada à defesa do Palácio do Planalto.

Entre os documentos recebidos pela CPMI e obtidos com exclusividade pelo Cafezinho há um relatório elaborado em janeiro de 2022, ainda na gestão de Jair Bolsonaro onde são apontadas as deficiências e necessidades da segurança presidencial.

O relatório elencou que nenhuma das viaturas da choque tinha canhões de água funcionando, que o filtro das máscaras de gases estavam vencidos, além de não terem algemas descartáveis e constatarem que a quantidade de munições para emprego de uma subunidade seria insuficiente. Algo que foi relatado também pelo tenente Gustavo Morong Rosty durante o dia 8 de janeiro de 2023 que em mensagem aos seus superiores relatou ter ficado sem munições com um pouco menos de 30 minutos de confronto com os golpistas que invadiam o Palácio do Planalto, sendo obrigado a usar munições da tropa de choque da PM do Distrito Federal que também estava no local.

O relatório também revela as más condições a que estavam submetidas as unidades como as diversas infiltrações no subsolo que, segundo o relatório, exalavam um mal cheiro.

O relatório elenca uma série de dificuldades e até mesmo problemas em posições específicas do Palácio do Planalto que poderiam dar vantagens à possíveis invasores, além disso, também já havia sido documentado que em eventual distúrbio, as pedras portuguesas da praça dos três poderes poderiam ser usadas como armas por agressores uma vez que diversas delas estavam soltas. O que de fato acabou ocorrendo durante o dia 8 de janeiro de 2023, quase um ano depois da confecção deste relatório.

Além dos problemas e riscos, o relatório elenca uma série de contramedidas que poderiam ser adotadas tanto quando estratégias quanto a questão de estrutura e equipamentos para os militares.

Com base nos relatos de pessoas presentes nos confrontos do Palácio do Planalto durante o 8 de janeiro contidos nas sindicâncias a que tivemos acesso e publicadas aqui no Cafezinho, é possível afirmar que se todas as medidas listadas no relatório tivessem sido tomadas, é bem provável que o desfecho do dia 8 de janeiro no Palácio do Planalto poderia ter sido outro.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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