O Presidente Lula (PT) tem um encontro agendado com o Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, programado para a próxima quarta-feira (20). A reunião está marcada para ocorrer às 17h (horário de Brasília) no hotel onde Lula está hospedado.
Lula encontra-se em Nova York, nos Estados Unidos, devido à abertura da Assembleia-Geral da ONU. O governo brasileiro havia proposto duas datas possíveis ao presidente ucraniano, e nesta segunda-feira (18), ele confirmou sua presença no encontro.
Devem estar presentes o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o Assessor Especial Celso Amorim e o representante do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
A confirmação ocorre após um tumultuado desentendimento entre os líderes durante a cúpula do G7 em Hiroshima, em maio, onde ambos estavam presentes como convidados. O governo brasileiro alegou que havia proposto três horários a Zelenski naquela ocasião, e que ele “simplesmente não compareceu”. De acordo com a Folha, fontes do Planalto reduziram a relevância do fato de Lula não ter se encontrado com Zelenski naquele momento.
Em seguida, em uma entrevista, o presidente ucraniano apresentou uma versão diferente, afirmando que a responsabilidade pelo incidente não recaía sobre sua equipe. Durante a conversa, ele também provocou o ex-presidente brasileiro, criticando-o pela falta de apoio à criação de um tribunal internacional especial para julgar crimes de agressão na guerra e comentou de forma irônica que o líder brasileiro desejava ser “original” em suas propostas.
Desta vez, de acordo com membros do governo brasileiro, a intenção é escutar o que o presidente ucraniano tem a dizer. Essa abordagem parece reafirmar o que Lula expressou em julho: “Não quero me envolver na questão da guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Minha batalha está aqui, contra a fome, a pobreza e o desemprego.”
No geral, as declarações de Lula sobre o conflito na Ucrânia geraram dúvidas sobre a posição do Brasil em relação ao conflito. Embora o governo defenda uma posição de neutralidade, seguindo o princípio também mantido pela administração de Jair Bolsonaro, algumas afirmações do presidente foram interpretadas por Kiev e seus aliados ocidentais, especialmente os Estados Unidos, como um discurso mais alinhado com Vladimir Putin.
Além do encontro com Zelenski, no mesmo dia, Lula terá uma reunião bilateral mais cedo com o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Após a reunião, agendada para as 14h (horário de Brasília), Lula e Biden vão lançar conjuntamente um manifesto em defesa do trabalho decente no século 21. O evento também contará com a presença de líderes sindicais do Brasil e dos Estados Unidos, bem como do Ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
Os dois países têm estado envolvidos em negociações para uma colaboração na esfera do trabalho há vários meses. Conforme relatado por Marinho, um memorando relacionado a esse tema foi oficialmente assinado em julho.
A proposta que os dois líderes irão apresentar na quarta-feira é a defesa da representação dos trabalhadores, reconhecendo a tendência de enfraquecimento dos sindicatos ao longo dos anos, e a garantia dos direitos trabalhistas na nova dinâmica econômica. Um dos principais enfoques desse manifesto, por exemplo, deve ser direcionado aos trabalhadores que atuam em plataformas de aplicativos.
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