O Exército Brasileiro atendeu a um requerimento realizado pelo deputado Alexandre Ramagem, no qual ele solicitava cópias de todos os processos, sindicâncias e inquéritos policiais militares instaurados para investigar os militares que deveriam ter protegido o Palácio do Planalto diante dos atos golpistas de 8 de janeiro, principalmente nos inquéritos conduzidos pelo coronel Roberto Jullian da Silva Graça, atual chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Planalto.
Os documentos recebidos com exclusividade pelo Cafézinho revelam desde ordens para que militares cantassem o hino nacional com golpistas até supostas tentativas da Segurança Pública do Distrito Federal (segundo militares) de enganar as forças armadas.
São ao todo 1.314 páginas de conteúdo, nas quais é visível o cuidado em chamar criminosos que pediam e tentaram um golpe de Estado de “manifestantes”. Além disso, tanto o Inquérito Policial Militar (IPM) quanto as quatro sindicâncias abertas focam mais em militares de menor patente do que em uma investigação sobre toda a cadeia de comando.
O mais interessante é que, diante de todo esse volume de informações, a palavra “golpe” (no sentido de golpe de Estado) só é mencionada uma vez, ao mencionar uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Depois disso, não há nenhuma menção desse tipo, muito menos qualquer menção aos desejos golpistas dos “manifestantes” que destruíram as sedes dos poderes em Brasília.
O Brasil e seu Exército seguem com seus “negócios mal resolvidos” e, ao que tudo indica, ainda estamos longe de uma resolução definitiva.