O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou em Nova York, nos Estados Unidos, no final da noite deste sábado (16). Acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, o chefe do Executivo segue a agenda presidencial no exterior até a próxima quinta-feira (21).
Na próxima terça-feira (19), o presidente irá participar da abertura da 78ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) e, no dia seguinte, tem um encontro marcado com o presidente estadunidense, Joe Biden, na quarta (20).
No mesmo dia da reunião, os dois líderes estarão presentes em um evento com representantes sindicalistas dos dois países, que discutiram maneiras de introduzir o papel dos trabalhadores na “construção de um mundo sustentável, democrático e pacífico”, indica o assessor de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan.
Segundo o governo brasileiro, o compromisso é uma iniciativa global para “avanço dos direitos trabalhistas na economia do século XXI”. Lula foi convidado ainda em julho para participar da ação, confirma o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Na Cúpula da Ambição Climática da ONU, o presidente Brasileiro será o primeiro a discursar, antes mesmo de Biden, conforme ocorre todos os anos.. O tema definido para a assembleia deste ano faz referência à Agenda 2030, que define 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a serem alcançados pelos 193 países-membros da ONU até 2030.
O secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Cozendey, indica que Lula deve apresentar as “linhas principais de sua política externa” durante o discurso. Além disso, é esperado que Lula anuncie a correção da meta climática brasileira durante o evento.
O Comitê Interministerial sobre Mudança no Clima (CIM) aprovou na última quinta-feira (14) uma resolução que determina a mudança da Contribuição Nacionalmente Determinada do país. Nela, o Ministério das Relações Exteriores recebe o papel de comunicar para a Comissão-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), “a correção da NDC do Brasil, retomando o nível de ambição apresentado em 2015, no Acordo de Paris, em termos dos valores absolutos das emissões de gases de efeito estufa”.
Para a secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ana Toni, a medida é de extrema importância para o Brasil, ainda mais no contexto pós-Bolsonaro, que liderou uma gestão com propostas significativamente prejudiciais ao meio ambiente.
“Essa decisão é muito importante simbolicamente, porque ela ajuda a encerrar as maldades que o governo Bolsonaro fez. Mostra que este governo está tentando anular essas maldades e avançando na reconstrução da política climática brasileira”, afirmou Toni.
Antes de chegar na América do Norte, Lula participou da cúpula G77+China, em Havana, capital da Cuba. Durante a reunião, ele mencionou, ainda, que o embargo econômico dos EUA contra o país é “ilegal”. A medida foi imposta aos cubanos em 1958 e impede uma grande parcela das relações comerciais entre Cuba e outros países.
“É de especial significado que, neste momento de grandes transformações geopolíticas, esta cúpula seja realizada aqui em Havana. Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal”, afirmou o petista.
Lula reiterou, ainda, que os países em desenvolvimento não possuem a mesma “dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global”.
Luciano Souza
17/09/2023 - 09h34
Muito boa a atuação do Lula nas questões climáticas. Posições pertinentes e urgentes também!