Na última quarta-feira (13), por volta das 16 horas, o colegiado de parlamentares que compõe a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro se reuniu para discutir a reta final e as últimas oitivas que seriam realizadas.
Durante a reunião, alguns parlamentares da base governista cobraram o presidente do colegiado, o deputado Arthur Maia (União Brasil), sobre mais militares sendo convocados para oitivas e uma atenção maior para a participação das forças armadas nos fatos que culminaram no 8 de janeiro.
Ainda no mês passado, esta coluna noticiou que parlamentares governistas buscaram fazer uma verdadeira “rede de arrasto” envolvendo militares. Parece que o tema voltou à reunião desta semana, quando, segundo relatos de presentes na reunião, Maia afirmou que, para o bem dos próprios parlamentares, seria interessante ter menos militares nessa reta final.
A declaração surpreendeu e preocupou quem esteve presente, causando um certo estranhamento, principalmente pelo uso do termo “pelo bem dos próprios parlamentares”. Alguns parlamentares lembraram de um fato recente envolvendo parlamentares, militares e requerimentos à CPMI.
No final do mês passado, a deputada Duda Salabert (PDT) retirou um requerimento à CPMI após ser procurada pelo presidente do Superior Tribunal Militar (STM), o tenente-brigadeiro Francisco Joseli Camelo, na tarde do dia 23 de agosto.
Até hoje, o episódio não foi devidamente explicado pela parlamentar, que se resumiu a dizer que o encontro, na verdade, seria sobre um projeto de lei que nunca existiu e que sequer foi pautado na Câmara dos Deputados.
O fato ocorreu dois dias antes de um café da manhã que Maia teve com o general Tomás Paiva e o ministro da Defesa, José Múcio. Na ocasião, segundo membros da CPMI, o presidente do colegiado estaria tentando blindar os militares e retirar requerimentos sobre generais de pauta.
De qualquer maneira, não faltam “coisas estranhas” envolvendo a tumultuada relação de militares com a CPMI e seus membros.
Em tempo: A coluna procurou o deputado Arthur Maia para que pudesse dar uma posição sobre a nota, porém, até a publicação deste texto não tivemos retorno. O espaço segue aberto e o texto será atualizado caso o deputado entre em contato.