Parte do mundo político em Brasília foi pega de surpresa com a declaração mais recente do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que afirmou na tarde desta quinta-feira (14):
“A política antidrogas no Brasil deve ser rígida. Mesmo aquele que carrega a droga para uso próprio deve ter uma consequência jurídica.”
Tido como um político moderado, a fala do senador segue a mesma linha punitivista da direita brasileira e soa como uma espécie de enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal, que discute a descriminalização do porte de maconha para consumo próprio. Até o momento, o placar está 5 a 1 favorável à flexibilização do porte da droga para consumo próprio.
Acontece que a “guinada” à direita de Pacheco tem motivações bem mais alheias aos interesses públicos e mais voltadas para interesses pessoais. O senador está interessado em disputar o governo de Minas Gerais em 2026.
Diferente do que alguns afirmam, o atual governador Romeu Zema (Novo-MG) não é uma força política poderosa e a política mineira já entendeu que o atual governador terá dificuldades para emplacar um sucessor.
E Pacheco também já percebeu isso e vem preparando o terreno para seu futuro político, tanto que, em reuniões e conversas fechadas, já sugeriu ao atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD-MG), que não concorresse à reeleição para que pudesse usar o cargo como moeda de troca e negociar acordos e alianças para 2026.
Ou seja, o presidente do Senado aposta numa proposta falida de guerra às drogas e que pode encarcerar milhões de brasileiros em presídios que hoje são verdadeiras escolas do crime, apenas para tentar ser governador de um estado da federação daqui 3 anos.