Alto comando do Exército inquieto com possíveis implicações de generais no acordo com ex-assessor de Bolsonaro
A delação premiada de Mauro Cid, ex-assessor direto de Jair Bolsonaro, tem causado preocupação não apenas no círculo próximo ao ex-presidente, mas também entre os altos escalões do Exército Brasileiro. A delação foi validada recentemente pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Mauro Cid atuava como um elo entre Bolsonaro e importantes figuras das Forças Armadas. Portanto, há uma expectativa crescente de que sua delação e as mensagens de seu celular possam envolver alguns generais de alta patente.
Três generais já são vistos como alvos prováveis: Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil; Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); e Luiz Eduardo Ramos, ex-secretário-geral da Presidência. “Ele falava com todos os ministros”, observa um membro do PL.
A inquietação vai além desses nomes, com especulações sobre quais outros generais poderiam ser implicados. Uma das maiores preocupações é que a delação revele o envolvimento de militares na criação da chamada “minuta golpista”, encontrada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
O documento sugeria a instauração de um “Estado de Defesa” na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o intuito de “assegurar a integridade do processo eleitoral de 2022”. O texto também propunha que o Ministério da Defesa nomeasse a maioria dos membros de uma “Comissão de Regularidade Eleitoral”, levantando suspeitas de envolvimento militar na sua elaboração.
Mauro Cid é objeto de investigações que incluem suspeitas de fraude em carteiras de vacinação e possível envolvimento em um golpe de Estado. Além disso, Braga Netto, que conseguiu evitar a inelegibilidade no julgamento do TSE, ainda enfrenta outras 15 ações investigativas, algumas das quais podem ser agravadas pela delação de Cid.
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