O discurso do presidente Lula (PT) na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, agendado para o dia 19 de setembro, provavelmente abordará as principais ideias que ele já expressou em discursos proferidos em várias cúpulas ao longo de 2023.
Conforme a tradição, o presidente brasileiro é o responsável pelo discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, o que confere à sua fala um significado emblemático devido à visibilidade e à oportunidade de destacar diversos temas globais.
De acordo com informações provenientes do Itamaraty, o foco central do discurso de Lula será apresentar um panorama abrangente, englobando discursos proferidos em cúpulas anteriores e eventos de relevância global ao longo do ano, incluindo o encontro do G7, a cúpula do BRICS, a cúpula sobre o pacto financeiro global em Paris e a reunião do G20. Este discurso pretende reunir os principais temas a serem abordados, como:
- Um novo modelo de governança global.
- O combate à fome e às desigualdades.
- A transição energética.
- A defesa da democracia.
- A promoção de uma paz justa e duradoura no mundo.
- O desenvolvimento sustentável e as mudanças climáticas.
Ademais, espera-se que Lula aborde algum tópico discutido durante a cúpula da Amazônia, ocorrida em agosto em Belém. O Itamaraty acredita que essa cúpula foi um momento significativo no âmbito das questões ambientais e pode chamar a atenção para a realização da COP-30, que ocorrerá em Belém em 2025.
Lula também planeja manter uma posição equidistante entre China e Estados Unidos, atores globais envolvidos em uma disputa tensa pelo protagonismo e com desentendimentos diplomáticos recentes. O discurso está sendo elaborado com o auxílio de diplomatas do Ministério das Relações Exteriores e será revisado pelo Chanceler Mauro Vieira, pelo assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, e pela Secretaria de Comunicação.
Em relação à controvérsia gerada por sua declaração sobre o Tribunal Penal Internacional durante sua visita à Índia, Lula posteriormente ajustou sua posição, afirmando que a questão de prisão caberia à Justiça, não ao governo, caso o presidente russo Vladimir Putin participasse da próxima reunião do G20 no Rio de Janeiro em 2024. O Tribunal Penal Internacional emitiu uma ordem de prisão contra Putin por crimes de guerra.
Lula, após a reunião do G20 na Índia, seguirá para Nova York, onde ocorrerá a Assembleia Geral da ONU. Antes disso, fará uma parada de dois dias em Cuba para participar do encontro do G7, incluindo uma reunião bilateral com o presidente cubano, Miguel Diaz-Canel.
Durante a Assembleia-Geral da ONU, está previsto um encontro bilateral entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ambos os presidentes realizarão um evento conjunto sobre a promoção do trabalho decente como parte da programação da Assembleia-Geral da ONU. O Itamaraty está em discussão com o Planalto para elaborar a agenda de Lula em Nova York, que incluirá encontros bilaterais com outros chefes de Estado.
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