Julgamento antitruste nos EUA questiona pagamentos do Google para manter domínio em buscas
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) iniciou um julgamento antitruste de alto perfil contra o Google, alegando que a empresa paga mais de US$ 10 bilhões por ano para garantir sua posição como mecanismo de busca padrão em dispositivos móveis e computadores. O caso é visto como o mais significativo do tipo em 25 anos e busca examinar se o Google mantém seu domínio de forma anticompetitiva.
Kenneth Dintzer, do Departamento de Justiça, afirmou que o caso é crucial para o futuro da internet e questiona se o Google enfrentará concorrência significativa. Segundo ele, o Google detém atualmente cerca de 89% do mercado de buscas na internet.
O julgamento é o mais visível desde que o DoJ processou a Microsoft nos anos 1990, acusando-a de tentar eliminar o navegador Netscape através de seu domínio com o Windows. Agora, uma nova geração de funcionários nomeados pelo presidente Joe Biden, incluindo Jonathan Kanter, chefe da unidade antitruste do DoJ, prometeu restringir o poder das grandes empresas de tecnologia.
O Google argumenta que oferece um produto de qualidade que as pessoas optam por usar e que os acordos em questão são estabelecidos principalmente por outras empresas, como Apple e Samsung. Sean Sullivan, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Iowa, observou que o governo terá o ônus de provar que o Google manteve sua posição dominante através de práticas anticompetitivas.
O julgamento, que deve durar cerca de 10 semanas, contará com depoimentos de executivos de várias empresas, incluindo a Apple. Este caso é parte de uma série de ações legais que o governo dos EUA está tomando para controlar o poder das grandes empresas de tecnologia.