Decisão sobre eventual detenção de Putin no Brasil é da Justiça, afirma Lula

O presidente russo Vladimir Putin troca documentos com seu Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro em Moscou, 18 de outubro de 2005. - Yuri Kadobnov / AFP

Lula pondera sobre a relação do Brasil com o Tribunal Penal Internacional e pressiona líderes europeus quanto ao acordo Mercosul-UE

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, abordou novamente a questão da possível detenção do presidente russo Vladimir Putin, caso ele venha ao Brasil para a Cúpula do G20 em novembro de 2024. Lula esclareceu que a decisão está nas mãos do Judiciário.

O comentário foi feito em uma coletiva de imprensa em Nova Délhi, onde Lula participou da recente Cúpula do G20. Ele havia anteriormente sugerido que Putin não seria detido se viesse ao Brasil, mas revisou sua posição, afirmando que a decisão é uma questão judicial.

“Essa é uma decisão para a Justiça tomar, não para o governo ou o parlamento”, declarou Lula.

O líder russo poderia ser detido no Brasil devido a mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por alegados crimes de guerra. O Brasil é signatário do acordo do TPI.

Quando questionado sobre a possibilidade de o Brasil se retirar do TPI, Lula indicou que ainda está avaliando o acordo. Ele também observou que nem a Rússia nem os Estados Unidos são membros do tribunal.

“Não estou dizendo que vou sair, mas quero entender melhor o acordo e por que o Brasil decidiu ser parte dele”, explicou.

Lula também expressou esperança de que o conflito na Ucrânia seja resolvido até a próxima Cúpula do G20 no Brasil.

Durante o evento, os líderes do G20 criticaram invasões territoriais e lamentaram o impacto da guerra na Ucrânia. O comunicado final do grupo condenou o uso ou ameaça de uso de armas nucleares, uma referência clara à Rússia.

Lula pressionou o presidente francês Emmanuel Macron e outros líderes europeus para tomar uma posição clara sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, um tema em discussão há duas décadas.

“Queremos e precisamos desse acordo. É hora de decidir se vamos seguir em frente ou parar de falar sobre isso”, disse Lula, enfatizando que o Brasil está disposto a finalizar o acordo comercial.

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