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Comércio de cannabis medicinal: família brasileira nos EUA conta experiência lucrativa

A produção e comercialização da cannabis nos Estados Unidos tem gerado lucro até mesmo para outras nacionalidades. Voltado para o uso medicinal da planta, uma família brasileira de Goiânia consegue faturar até US$ 20 milhões por ano no país norte americano. A família conta com 900 hectares de plantação em Oregon e, além dos negócios […]

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Foto: Fiocruz/123RF

A produção e comercialização da cannabis nos Estados Unidos tem gerado lucro até mesmo para outras nacionalidades. Voltado para o uso medicinal da planta, uma família brasileira de Goiânia consegue faturar até US$ 20 milhões por ano no país norte americano.

A família conta com 900 hectares de plantação em Oregon e, além dos negócios internacionais, eles têm o objetivo de investir no mercado brasileiro.

“Precisamos que quem faz as leis estude, entenda e não só proíba porque não sabe. A cannabis é para a medicina, atualmente, o que a penicilina foi no século passado. Só que em uma velocidade 100 vezes maior”, afirmou Corina Silva, a CEO da USA Hemp no Brasil.

A empresária mudou com o marido e três filhos para os Estados Unidos em 1999 com o objetivo de buscar melhores condições de vida. Corina contou que no início, “foi como a vida de qualquer imigrante”. Ela passou por diversos empregos e chegou a falir, mas a volta por cima veio com a decisão de investir em cannabis.

Foto: Arquivo pessoal/Corina Silva

“Ao escutar no noticiário as mudanças nas leis do estado da Califórnia e do oeste dos Estados Unidos, meu filho resolveu pesquisar sobre o assunto e apresentou um projeto de escola sobre o potencial econômico da cannabis. Essa foi a primeira semente que daria origem à USA Hemp”, disse.

Em 2015, os filhos de Corina relataram o interesse em abrir uma empresa para trabalhar com cannabis com o apoio da família. Inicialmente, ela foi contra a proposta, mas os filhos a incentivaram a estudar sobre o assunto.

“Eu fiquei com isso na cabeça e, de fato, fui estudar. Afinal, eu conheço os filhos que tenho e não poderia dizer não sem estar embasada. E aí minha chave virou completamente. O primeiro preconceito começou comigo mesmo, dentro de casa. Eu tinha um conceito estabelecido sobre a maconha, um conceito apresentado pela sociedade, completamente errado. Mas tive a humildade de dar um passo para trás, aprender e ver o quão errada estava minha posição. E este preconceito está até os dias de hoje na sociedade: vemos diariamente pessoas sendo presas por conta da planta”, afirmou.

Diante disso, três anos depois a família fundou a USA Hemp, que transforma a medicina a partir dos efeitos terapêuticos da cannabis. A empresa reitera a importância da planta no tratamento de doenças, como epilepsia, convulsões, alívio de dores crônicas e efeitos secundários de tratamentos para o câncer.

Nos Estados Unidos, a USA Hemp está registrada como uma marca farmacêutica e assume a responsabilidade pelo desenvolvimento científico e produção de medicamentos. No Brasil, a empresa atua como intermediária na importação de medicamentos, facilitando o acesso dos pacientes aos produtos originados no exterior.

“Nos Estados Unidos também temos um outro braço que compõem o grupo, que é a Redwood Reserves, uma linha voltada para redução de danos de flores de cânhamo. Todo o foco da nossa produção é medicinal. A USA Hemp é uma empresa medicinal. O cânhamo é medicinal”, explicou.

Para a empresária, o Brasil tem potencial para se tornar produtor de cannabis, principalmente pelas condições climáticas favoráveis e a qualidade do solo. “Temos tudo para ser uma potência de mercado. Quando se fala em cânhamo hoje, não falamos só em produtos medicinais. Falamos em uma planta que pode ser tratada como uma comodity”, ressaltou.

Corina relembra, no entanto, a necessidade do embasamento na lei para que o cultivo de fato aconteça. “Estamos falando de medicamentos, redução de danos, fibras para tecidos, alimentos super energéticos – em um país em que milhares de pessoas sofrem de fome e desnutrição -, créditos de carbono, desintoxicação de solo, construção civil e muitos outros”.

Com o objetivo de ampliar suas iniciativas sociais, a família também criou a Fundação Redwood, financiada por meio dos recursos provenientes do comércio de cannabis com ativos medicinais.

“Através de nossas doações, hoje alcançamos quase R$ 3 milhões doados a famílias carentes em todo o Brasil, que não têm condições de pagar o tratamento de seus filhos. É nossa forma de retribuir o que a vida nos deu. Queremos expandir cada vez mais nossa atuação e ajudar a transformar o mercado brasileiro, que hoje tem potencial par ser um hub de exportação para todo o mundo”, contou Corina.

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Comentários

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Luciano Souza

17/09/2023 - 10h19

Parabéns pela reportagem! É um tema complexo. Se ajuda no combate de problemas de saúde é bom. Mas se no uso recreativo comprometer o potencial social e individual não acho bom. Cada pessoa tem uma estrutura e reage de maneiras diferentes às drogas.

Fanta

11/09/2023 - 08h57

No BRasil quem tem o monopolio da comercializaçào das drogas sao as facçoes criminais que ddecide até onde as pessoas devem comprar o gas e quanto pagar…alguém acha que as facçoes vao perder um negocio bilionario como a venda da maconha…?

Sò se for muito ingenuo ou tonto mesmo.


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