As tragédias no Rio Grande do Sul já somam 41 mortos. Um ciclone e uma frente fria atingiram o estado nesta semana e, até esta quinta-feira (7), o número de óbitos, feridos e desaparecidos já passa de centenas.
Na manhã desta quinta, mais quatro vítimas fatais das fortes chuvas foram registradas nas cidades de Muçum, Roca Sales, Imigrante e Cruzeiro do Sul. De acordo com a Defesa Civil do RS, temporais isolados irão atingir vários pontos do estado.
Para esta sexta (8), a previsão é de tempestades com descargas elétricas, eventuais quedas de granizo e rajadas de vento. Os especialistas indicam que os cuidados da população frente ao ciclone extratropical devem ser redobrados em períodos de crise como este.
O governo federal reconheceu o estado de calamidade pública dos municípios atingidos. Uma portaria assinada pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros, indica que os municípios atingidos estão com alerta vermelho.
As mortes já foram registradas em:
- – Cruzeiro do Sul, com 4 vítimas;
- – Encantado, com 1;
- – Estrela, 2;
- – Ibiraiaras, 2;
- – Imigrante, 1;
- – Lajeado, 3;
- – Mato Castelhano, 1;
- – Muçum, 15;
- – Passo Fundo, 1;
- – Roca Sales, 10;
- – Santa Tereza, 1.
A Defesa Civil atualizou, também o número de desaparecidos:
- 8 em Arroio do Meio;
- 8 em Lajedo;
- e 9 em Muçum.
Além disso, também foi divulgada a lista de feridos, resgatados e cidades afetadas:
- Feridos: 43
- Pessoas resgatadas: 3.037
- Municípios afetados: 83
- Desabrigados: 2.944
- Desalojados: 7.607
- Afetados: 122.992.
A tragédia no sul do Brasil, causada pelo El Niño já é considerada a maior do estado. Há quatro décadas, 16 pessoas morreram. Em entrevista nesta terça-feira (5), o governador Eduardo Leite afirmou que essa é a “pior tragédia natural” que atingiu o estado.
O fenômeno El Niño provoca altas temperaturas nas águas do Oceano Pacífico e, como consequência, tem grande influência nos ventos e chuvas no país. Os especialistas, no entanto, não esperavam que fosse tão severo neste ano – ele se mostra ainda mais atípico com uma onda de calor acima da média no fim de agosto.
“O ciclone ou a frente fria não eram uma ameaça. Mas eles chegaram como uma faísca em um ambiente com pólvora, formado pelo El Niño. Ele trouxe um vento forte, quente e úmido, que favoreceu a formação de nuvens e gerou o volume de chuva que vimos”, afirmou Giovani Dolif, meteorologista do Centro Nacional de Desastres Naturais (Cemaden).
A meteorologia explica, ainda, que se apenas o ciclone e a frente fria atingissem o estado, não haveria tantos impactos como nesta semana. O motivo para as tragédias está na combinação do El Niño com os outros fenômenos.
Os corpos das vítimas dos temporais no RS chegaram na tarde desta quarta-feira (6) no Departamento Médico-Legal (DML) de Porto Alegre para passarem pelo processo de identificação.
Conforme informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), esses corpos foram localizados em Muçum na terça (5) e também na manhã desta quarta (6), em Roca Sales. Até o momento, o governo do estado não divulgou um prazo estimado para a conclusão do processo de identificação das vítimas.
Segundo os especialistas, a instabilidade no sul do país deve ocorrer até domingo. Na sexta (8), Porto Alegre amanhece sob um céu com nuvens, acompanhado por chuvas e trovoadas isoladas que devem persistir ao longo do dia. A previsão para o sábado é de céu predominantemente nublado, porém, sem ocorrência de precipitação. Já no domingo, é previsto que as chuvas em forma de pancadas isoladas retornem à capital do estado.
O Climatempo tem colaborado em parceria com a Defesa Civil para manter a população informada sobre a evolução da situação climática no RS. Assim, é possível definir uma uma resposta ágil nas regiões mais propensas a passarem por chuvas intensas, inundações e cheias de rios.