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Cid define pautas para delação premiada à PF

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, travam uma batalha entre si: enquanto o tenente-coronel apresenta sua proposta de delação premiada, aliados do ex-chefe do Executivo continuam o defendendo. Segundo o g1, Mauro Cid já ofereceu três temas à Polícia Federal: o caso das joias sauditas, dos cartões […]

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Brasília (DF) 11/07/2023 Depoimento para CPMI do golpe do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante-de-ordens do então presidente Jair Bolsonaro.Foto Lula Marques/ Agência Brasil

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, travam uma batalha entre si: enquanto o tenente-coronel apresenta sua proposta de delação premiada, aliados do ex-chefe do Executivo continuam o defendendo.

Segundo o g1, Mauro Cid já ofereceu três temas à Polícia Federal: o caso das joias sauditas, dos cartões de vacina e do golpe de Estado. Os investigadores aceitaram a delação premiada do ex-braço direito de Bolsonaro, que agora se volta contra ele. Na última quarta-feira (6), Cid apresentou a proposta de delação ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e também pediu liberdade provisória.

Ainda que o advogado de Cid, Cezar Bitencourt, defenda reiteradas vezes que ambos não “apontam o dedo” para ninguém, as autoridades entendem que está claro o envolvimento do ex-presidente nos temas citados.

Em resposta à proposta de Cid, um dos advogados de Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten disse que “não há o que delatar”. A frase publicada em seu perfil do Twitter foi escrita fora de contexto, mas faz referência às movimentações de Cid.

“A quem possa interessar em pleno feriado de 7 de setembro completamente esvaziado: não há o que DELATAR”, afirmou Wajngarten, também fazendo referência às comemorações do Dia da Independência do Brasil neste ano.

Outros integrantes do Ministério Público (MPF) também se manifestaram contra a delação de Mauro Cid. “Cid não tinha autonomia para tomar decisões”, lembram fontes envolvidas na investigação.

A PF tem autonomia para celebrar os acordos, conforme indica o Supremo Tribunal Federal (STF) em 2018.

Ainda de acordo com o g1, há certa preocupação para que a defesa insista nesta versão pública dos fatos, que se dá pelo medo do chamado “conglomerado do outro lado”, ou seja, do bolsonarismo. A família Cid e e Bitencourt já haviam usado o termo antes. Agora, o objetivo é blindar a família de ameaças e intimidações.

A partir de semana que vem, o tenente-coronel será convidado a prestar novos depoimentos e a expectativa é que ele seja liberado para cumprir prisão domiciliar – embora o ex-ajudante de ordens tenha pedido liberdade provisória.

A delação de Cid, apesar de já aceita, ainda precisa ser homologada por Moraes, o que deve acontecer nos próximos dias. Além disso, a Procuradoria-Geral da República também deve participar da decisão.

Com base nos depoimentos de Cid, serão realizadas novas diligências, que incluem ações como prisões e buscas de suspeitos. Os apoiadores de Bolsonaro se mostram cada vez mais preocupados por se verem no “escuro” frente às informações que Cid já repassou à PF.

O acordo, segundo Bitencourt, não foi concluído, mas teve total confissão de Cid, que não incriminou Bolsonaro à PF. “Estamos conversando sobre os detalhes, mas isso para a semana que vem”, afirmou o advogado.

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