“A Arábia Saudita e a Rússia estão tentando dar as cartas nos preços, como sinalizaram há alguns meses. É a tentativa de manter o cartel”, comentou, hoje (06/09), Adhemar Mineiro, pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), ao analisar o anúncio da Arábia Saudita e da Rússia de estenderam até o fim do ano cortes na oferta de petróleo.
“A decisão pode funcionar, exceto se houver sinais muito fortes de crise ou de desaceleração da economia mundial. Por isso, vale acompanhar o comportamento da economia chinesa, que vem patinando, e dos mercados financeiros dos EUA, que andam ressabiados”, disse ainda.
Na opinião do pesquisador, Arábia Saudita e Rússia vão tentar manter os preços altos, mas a economia mundial não dá segurança para tanto, ao menos até aqui. “É um ambiente para pescadores de águas turvas”, acrescentou ele.
Para o Brasil, exportador de petróleo bruto, mas importador de derivados, o reflexo da decisão dependerá da flutuação dos preços internacionais e da variação do dólar. Assim, na avaliação do pesquisador, se o dólar cair em relação ao real, poderá compensar o aumento dos preços no mercado externo.
Caso contrário, ocorrerá impacto no resultados da inflação, tendo em vista o peso do diesel no movimento da economia brasileira. Atualmente, cerca de 25% do diesel consumido no país é importado.
Com informações do INEEP
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