Putin e Erdogan estreitam relações na Rússia

iMAGEM Murat KULA / TURKISH PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP

Nesta segunda-feira (4), ocorreu um encontro em Sochi, no sul da Rússia, entre o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e seu homólogo russo, Vladimir Putin. Esse encontro representa um dos raros momentos em que Putin se reúne com um líder de um país pertencente à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

A principal agenda desse encontro foi a discussão sobre a retomada do acordo de exportação de grãos ucranianos, que estava praticamente paralisado desde o início do conflito na Ucrânia. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia são significativos produtores e exportadores de trigo, cevada, milho, semente de girassol e óleo no cenário mundial. Um acordo mediado pela Turquia e pela Organização das Nações Unidas (ONU) havia evitado o aumento descontrolado dos preços dos alimentos, mesmo com a escassez de grãos no mercado.

Entretanto, a Rússia se retirou abruptamente desse acordo em julho, alegando que foi compelida a fazê-lo. Putin negou veementemente a existência de uma crise na distribuição de alimentos global, uma afirmação que entra em conflito com a posição da Organização Mundial do Comércio (OMC) e diversas nações que reportam o contrário.

Putin afirmou que consideraria retornar ao acordo “após a realização de outras negociações”, sem especificar a qual acordo estava se referindo. Além disso, nesta mesma segunda-feira, ele expressou sua disposição para conversações com a Ucrânia com o objetivo de encerrar o conflito em curso.

É notável que Erdogan seja um dos raros líderes da OTAN, uma aliança militar ocidental considerada inimiga pelo Kremlin, que mantém relações cordiais com Putin. Essa relação, por vezes, tumultuosa, entre os dois presidentes parece ter se fortalecido desde o início da operação militar russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A Rússia abandonou o acordo de exportação de grãos ucranianos em julho, um movimento de grande importância para o suprimento global de alimentos. Moscou alega que suas exportações de cereais e fertilizantes estão sendo prejudicadas por sanções impostas pelo Ocidente. Desde então, a Rússia tem ameaçado atacar navios que saem dos portos ucranianos no Mar Negro e intensificado os bombardeios contra as infraestruturas portuárias do país vizinho.

Concomitantemente à interação com Erdogan, as ações hostis da Rússia contra os portos ucranianos estão em constante escalada. Nas primeiras horas desta manhã, forças russas lançaram um assalto ao porto de Izmail, situado às margens do rio Danúbio. No decorrer deste último final de semana, de acordo com informações provenientes de Kiev, foram registrados ataques semelhantes a outros portos na região.

Clarice Candido:
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