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Casal Bolsonaro pede acesso aos depoimentos colhidos pela PF

A família Bolsonaro busca munições para se proteger no polêmico esquema das joias: nesta sexta-feira (1), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediram acesso aos depoimentos prestados na última quinta (31) sobre o caso. O pedido dos advogados da família baseia-se em uma decisão concedida no dia 15 de […]

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Foto: Isca Nóbrega/PR

A família Bolsonaro busca munições para se proteger no polêmico esquema das joias: nesta sexta-feira (1), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediram acesso aos depoimentos prestados na última quinta (31) sobre o caso.

O pedido dos advogados da família baseia-se em uma decisão concedida no dia 15 de agosto. À época, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, havia permitido que a defesa de Bolsonaro tivesse acesso aos autos da investigação. Diante disso, os advogados querem estender a medida às novas oitivas prestadas ontem à Polícia Federal.

Dentre os oito depoentes, estava o advogado oficial de Bolsonaro – como ele próprio se denomina – Frederick Wassef, e o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid.

“Diante do significativo progresso nas investigações, notadamente com a obtenção de depoimentos cruciais ocorridos ontem, requer-se a autorização para a atualização dos autos, permitindo o acesso integral aos termos de declarações relativos às oitivas realizadas em 31 de agosto de 2023”, dizem os advogados Paulo Cunha Bueno, Daniel Tesser e Fabio Wajngarten.

A petição menciona, ainda, que os depoimentos “constituem elementos já efetivamente documentados” e pedem “acesso imediato a esses documentos”.

Pedido da defesa de Bolsonaro enviado ao STF. Foto: Reprodução/g1

Mauro Cid é um importante personagem para o quebra-cabeça do esquema de joias: o braço-direito de Bolsonaro é suspeito de ter feito nos Estados Unidos a venda ilegal de presentes da Arábia Saudita ao governo brasileiro.

De acordo com as autoridades, o depoimento de Cid durou mais de nove horas e sua colaboração frente a investigação do caso teve um “avanço”. Ele e o militar Mauro Lourena Cid, seu pai, foram questionados sobre informações extraídas do próprio general e de Wassef.

Cezar Bitencourt, advogado do tenente-coronel Mauro Cid, afirmou que, no depoimento, o militar não fez nenhuma acusação contra o ex-presidente e “assumiu tudo”.

Estão colocando palavras que não tem no [depoimento do] Cid. Acusações a Bolsonaro que não existem. Esse problema que você falou da compra e da recompra das joias. O Cid assumiu tudo. Não colocou Bolsonaro em nada. Não tem nenhuma acusação de corrupção, envolvimento de Bolsonaro, envolvimento ou suspeita de Bolsonaro. A defesa não está colocando o Cid contra Bolsonaro“, afirmou Bitencourt em áudio enviado ao g1.

Na sexta-feira passada (25) e na outra segunda (28), Cid compareceu à sede da PF para depor. Até agora, o militar já acumula cerca de 20 horas de depoimentos sobre o caso das joias sauditas. A sua defesa, no entanto, afirma que nada do que já foi dito aponta desonestidade por parte de Bolsonaro.

Ele pegava o dinheiro do presidente, dos honorários dele como presidente, vencimentos, e da aposentadoria, que dá em torno de R$ 70 mil. Esse era o dinheiro que o Cid pagava as contas dele, em dinheiro, porque ele não gostava, não tem cartão de crédito“, declarou o advogado.

Em maio, o ex-ajudante de ordens já havia sido preso preventivamente em maio, no âmbito da investigação sobre fraude nos cartões de vacina da família Bolsonaro. 

Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro ficaram em silêncio na última oitiva da PF. A defesa do casal já havia informado antes a escolha por não responder às perguntas que possam os incriminar, conforme lhes é permitido. Os advogados alegaram que essa decisão foi feita, pois acreditam que o STF não é a instância adequada para o prosseguimento da investigação. A defesa de Fabio Wajngarten, ex-secretário de comunicação de Bolsonaro, e de Marcelo Câmara, ex-assessor do antigo chefe do executivo, seguiram a mesma linha.

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