Na semana passada, a jornalista Mônica Bergamo revelou na Folha que “os advogados de Jair Bolsonaro vão pedir de volta as joias que foram entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU) em março passado. No entendimento da defesa, os objetos pertencem ao ex-presidente, e por isso devem voltar à sua posse”. A caradura dos larápios, porém, não durou muito tempo. Dias depois, o site UOL informou que “fontes do TCU dizem que não tem chance de Bolsonaro receber de volta o relógio Rolex cravado de diamantes, além de colares, brincos, canetas e um anel”.
Segundo a colunista Carolina Brígido, no site UOL, “o TCU não deve devolver as joias por dois motivos. Primeiro, porque não estão no tribunal, estão de posse da Caixa Econômica Federal. O outro motivo é o entendimento de que os bens são patrimônio público, e não pessoal de Bolsonaro”. A tendência é que a defesa do “capetão” recorra da decisão do Tribunal de Contas e que a batalha sobre a posse dos bens de luxo se estenda por algum tempo.
O suspeito uso da grana nos EUA
Em outra frente de batalha, o fascista está sendo investigado pela Polícia Federal sobre o uso do dinheiro da venda das joias nos Estados Unidos. Segundo informa Juliana Dal Piva, também no site UOL, “Bolsonaro deixou o Brasil no dia 29 de dezembro de 2022 e ficou morando em Orlando, na Flórida, até 30 de março. No entanto, quando ele deixou o país, antes mesmo do fim do mandato, era comum ouvir dos interlocutores do então presidente que ele temia ser preso e não tinha data para retornar ao Brasil. Por isso, investigadores avaliam que o dinheiro, em espécie e em dólar, pode ter sido usado naquele período”.
A PF já havia pedido ao Supremo Tribunal Federal a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama para rastrear se o dinheiro da venda das joias entrou nas contas do casal. “Nas provas já coletadas pela polícia, é possível verificar mensagens do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, indicando que entregava dinheiro em espécie para Bolsonaro… Além disso, a PF descobriu documentos que apontam que o ex-ajudante de ordens e seu pai, o general Mauro César Lourena Cid, venderam por U$ 68 mil dólares, em junho de 2022, um Rolex recebido por Bolsonaro”.
Em maio passado, a colunista do UOL já havia revelado que o ex-presidente fujão tinha aberto uma conta no BB Américas, filial do Banco do Brasil nos Estados Unidos, em 21 de dezembro de 2022, e que depositou nessa conta 75% de todo o dinheiro líquido que ele declarou ao TSE ao registrar sua candidatura à reeleição no ano passado. “Ao todo, Bolsonaro informou à Justiça Eleitoral ter em conta R$ 907 mil em duas contas diferentes. Numa, o saldo era de R$ 315,8 mil, na segunda, R$ 591 mil e a última possuía R$ 92,57. Segundo seus advogados, ele enviou U$ 135 mil para essa conta no exterior, o equivalente a R$ 675 mil”.