O mês de agosto vai se encerrando com o Datafolha divulgando praticamente sua primeira pesquisa sobre a disputa para a Prefeitura de São Paulo. Oficialmente, a campanha eleitoral começa daqui há um ano e esse detalhe faz com que a pesquisa seja usada como parâmetro inicial na disputa.
Primeiramente, o levantamento traz o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) com uma base eleitoral consistente, ao ponto do psolista liderar a pesquisa com 32% das intenções de voto. Mas ainda assim, a batalha de Boulos será dura, pois o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), um desconhecido que assumiu a cidade após a morte precoce do prefeito Bruno Covas (PSDB), em 2021, aparece na sequência com 24%.
Como sabemos, Nunes é um nome apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e muito provavelmente, quase que por tabela, também terá o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apesar das trapalhadas e bizarrices do seu governo, ainda mantêm uma alta popularidade.
Por outro lado, Boulos já tem um acordo selado com o Partido dos Trabalhadores para que a sigla indique o nome para ocupar a vice na sua chapa. Se realmente esse acordo sair do papel, será um fato político histórico, pois será a primeira vez desde a sua criação, em 1980, que o PT não vai lançar candidato próprio na capital paulista.
Outro detalhe que beneficia a candidatura de Boulos é que tanto o presidente Lula quanto o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, são donos de um excelente capital político-eleitoral na cidade de São Paulo. Nas eleições de 2022, por exemplo, ambos venceram a extrema-direita na capital. Com isso, é quase certo que a dupla Lula-Haddad suba no palanque de Boulos.
Mas apesar desses pontos, a grande surpresa da pesquisa Datafolha foi o índice registrado pela deputada federal Tábata Amaral, do PSB. Segundo o levantamento, a parlamentar socialista desponta na terceira colocação com 11% das menções.
Levando em consideração que é a primeira vez que Tábata surge na disputa ao executivo paulistano, é sim uma surpresa interessante. Isso porque até o momento, Tábata não recebeu grandes sinalizações de apoio, dando a impressão que a iniciativa é capitaneada somente pelo seu partido. Sendo assim, não podemos descartar, por exemplo, mudanças na chapa encabeçada por Boulos.
Ligeiro
01/09/2023 - 08h37
Se há um progressista (e uma mais ou menos progressista) contra um fascista, ao menos é um bom sinal que a eleição da capital pode ganhar alguém mais “da social” depois de anos com traficantes de poder… :\
Paulo
31/08/2023 - 21h38
E qual seria essa mudança? Boulos convidar Tábata para vice? Ela mancharia de vez seu currículo se aceitasse…