A correlação das forças políticas no Ceará passou por uma importante transformação nos últimos meses, desde a posse do governador Elmano de Freitas (PT). De lá pra cá, partidos como o Republicanos, PSB e PSD ganharam capilaridade e influência na política cearense.
Mas apesar disso, o PT Ceará, nas figuras do secretário da Casa Civil, Nelson Martins, e do secretário de Articulação Política do governo, Waldemir Catanho, investiu pesadamente na articulação política já visando as eleições de 2024. E logicamente, a capital Fortaleza é o ponto central desse movimento.
As últimas movimentações tiveram, inegavelmente, o objetivo de isolar cada vez mais o grupo político do prefeito José Sarto (PDT), ligado ao ex-presidenciável Ciro Gomes. E para tentar chegar coeso e com um arco de aliança, o PT liderado pelo ministro Camilo Santana trabalha com a possibilidade de filiar e lançar o atual presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT), na disputa pelo Paço Municipal.
Por outro lado, o PSB também pode filiar Leitão nas suas trincheiras. Na semana passada, o partido empossou o ex-deputado Eudoro Santana, pai de Camilo, como novo dirigente estadual. O evento contou com caciques políticos do PSD, MDB, Republicanos e PT. Evandro também marcou presença.
Aliás, na semana passada, o parlamentar recebeu anuência do PDT para se desfiliar da legenda sem perder o seu mandato como deputado estadual. Esse movimento, com o aval do senador Cid Gomes (PDT-CE), praticamente oficializa a saída de Leitão do partido após meses de uma relação turbulenta com a cúpula nacional.
Nos bastidores, o nome de Evandro é visto como um consenso entre os grupos governistas, situação oposta da deputada Luizianne Lins, que já anunciou sua pré-candidatura ao executivo municipal.
É bom destacar que nos últimos meses, o presidente da Assembleia aprofundou sua relação política com o governador Elmano, marcando presença em eventos públicos e recebendo afagos de ambos os partidos citados.
Com isso, seu destino será PT ou PSB? Eis a questão.
Esse texto teve a colaboração do sociólogo e consultor político Luiz Cláudio Ferreira Barbosa