Nesta quarta-feira (23), deputados bolsonaristas aprovaram na Comissão de Comunicação da Câmara Federal a convocação dos responsáveis pela seção brasileira do Sleeping Giants (“Gigantes Adormecidos”) – um coletivo da sociedade civil que tem como objetivo explícito “inviabilizar economicamente” sites e perfis na internet que “propagam desinformação, discursos de ódio, intolerância e extremismo”.
O requerimento foi apresentado pela deputada fascistoide e armamentista Júlia Zanatta (PL-SC), que alegou na maior caradura que o movimento “atenta contra a liberdade de imprensa”. Serão chamados para depor os ativistas digitais Leonardo Carvalho Leal, Humberto Santana e Mayara Stelle. Também foi autorizado que a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle faça estudos sobre as atividades do grupo.
Em seu discurso favorável à iniciativa intimidatória, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), outro bolsonarista hidrófobo e patético, chegou a afirmar que o Sleeping Giants “é uma associação criminosa… O único objetivo desse grupo é impedir e calar qualquer pessoa ou grupo jornalístico independente que fale em defesa da direita”, esbravejou.
Olavo de Carvalho e Jovem Klan
Como descreve o jornal Estadão, “tanto a Comissão de Comunicação como a de Fiscalização e Controle são controladas por deputados bolsonaristas. Nestes colegiados, o grupo concentra ações contra o governo, sobretudo com a convocação de ministros e enfrentamento ideológico a pautas do presidente Lula e seus parlamentares. O PL, maior bancada no Congresso com 99 deputados, formou maioria em áreas estratégicas, como também é o caso da Comissão de Segurança Pública”.
O jornal ainda lembra que “o Sleeping Giants Brasil mobiliza, desde 2020, campanhas para que as empresas retirem recursos de páginas classificadas pelo grupo como conteúdos de ódio e de desinformação. Olavo de Carvalho, astrólogo e guru do bolsonarismo, morto em 2022, foi um dos principais alvos do movimento. Foram mais de 250 companhias pressionadas a desassociarem a marca de conteúdos produzidos por ele”.
Na fase recente, o coletivo digital lidera uma forte campanha de desmonetização da Jovem Pan – também chamada de Jovem Klan por sua linha editorial de extrema-direita e por difundir fake news.