Indicado pelo presidente Lula, o novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, têm sido motivo de duras críticas de aliados do governo pelo seu voto contrário a descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal. Até o momento, Zanin foi o único ministro a votar contra a medida. O placar, até o momento, é de 5 a 1.
Muito provavelmente, os ministros indicados pelo ex-presidente Bolsonaro, como é o caso de Kássio Nunes Marques e André Mendonça, devem acompanhar o voto contrário de Zanin. A irritação do campo progressista com o novo magistrado têm gerado repercussão entre outros ministros da Suprema Corte.
Segundo informação da jornalista Daniela Lima, do G1, os magistrados avaliam como exagero as reações furiosas da esquerda com Zanin. Além disso, os ministros dizem que essa suposta fúria abre um precedente perigoso, segundo eles, no sentido de controlar o voto do magistrado. “Querem controlar voto de ministro. Isso é um erro”, disse uma fonte da jornalista.
Para ser honesto, não creio que o campo progressista queira controlar Zanin. Mas é inevitável e racional esse sentimento de decepção. Afinal de contas, quando o então advogado de Lula foi indicado legitimamente para a vaga deixada por Ricardo Lewandowski, esperava-se uma luz mínima de progressismo, por parte de Zanin, na Suprema Corte.
Sendo assim, essa tentativa de blindagem dos ministros com o colega é compreensível, mas que não faz muito sentido no campo democrático. Afinal de contas, ministros da Suprema Corte são funcionários públicos, pagos com o nosso dinheiro e que por isso é salutar que sejam passíveis de críticas (e não ataques, que fique bem claro) quando seus votos implicam diretamente na vida de milhares de pessoas.