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Juramento de lealdade: Putin quer aumentar controle sobre grupo mercenário

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, determinou que os combatentes do Grupo Wagner assumam uma posição de lealdade ao país, após a derrubada do avião que levava o líder do grupo mercenário, Yevgeny Prigozhin. O chefe russo ordenou que os soldados assinem um documento no qual juram lealdade ao Estado. O decreto desta sexta-feira (25) […]

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Foto: Divulgação/Kremlin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, determinou que os combatentes do Grupo Wagner assumam uma posição de lealdade ao país, após a derrubada do avião que levava o líder do grupo mercenário, Yevgeny Prigozhin.

O chefe russo ordenou que os soldados assinem um documento no qual juram lealdade ao Estado. O decreto desta sexta-feira (25) tem efeito imediato e descreve o juramento como forma de forjar os “fundamentos espirituais e morais da Defesa russa” e aumentar o controle sobre o grupo paramilitar.

“Putin quer ter um controle mais rígido sobre [o grupo] Wagner para garantir que ele não enfrentará outra crise no futuro”, explica Natia Seskuria, do Royal United Services Institute, órgão especializado em defesa e segurança internacional.

Putin declarou que os mercenários deverão se comprometer a “seguir rigorosamente” as ordens dos comandantes e líderes da Rússia. Para ele, o decreto surge como uma maneira de frear as “especulações ocidentais” que suspeitam que a queda do avião de Prigozhin tenha sido uma ordem do Estado – o que Putin chamou de “mentira absoluta”.

O Kremlin ainda não confirmou a morte do chefe e pediu que os resultados de mais testes fossem aguardados. Segundo as autoridades de aviação do país, Prigozhin estava a bordo de um avião privado que caiu na noite de quarta-feira, a noroeste de Moscou, e o acidente não deixou sobreviventes. O episódio fatal ocorreu exatamente dois meses após ele liderar um motim contra chefes do Exército russo.

O Grupo Wagner foi considerado muito importante para a Rússia durante a guerra na Ucrânia, uma vez que foi responsável por ganhar apoio de países estratégicos, como Belarus, e outros mais distantes, como a África e Síria, devido à presença dos mercenários nestes territórios.

O presidente Vladimir Putin declarou suas condolências às famílias dos mortos no acidente. Ele citou “informações preliminares”, como um indicativo da morte das pessoas a bordo do avião, e, embora tenha elogiado Prigozhin, disse que ele também havia cometido “sérios erros”: Putin descreveu o líder como um “empresário talentoso que cometeu erros graves”.

“Ele [Prigozhin] era uma pessoa com um destino complicado, e cometeu erros graves na vida, mas também procurou alcançar os resultados necessários –tanto para si como no momento em que lhe pedi, pela causa comum, como nestes últimos meses”, disse o presidente russo.

Para especialistas, apesar da morte do líder do grupo paramilitar, o Grupo Wagner irá continuar com as atividades e, em breve, terá um novo líder escolhido pelo Kremlin. Neste sábado, no entanteo, uma subunidade de extrema direita do grupo, conhecida como Rusich, informou a interrupção das operações militares na Ucrânia.

Foto: Reuters

Através de uma postagem no aplicativo de mensagens Telegram, o subgrupo acusou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia de não proteger um membro fundador do grupo, o Yan Petrovsky – que havia sido preso na Finlândia por violações de visto e enfrenta extradições para a Ucrânia.

Sem um líder óbvio, o decreto de Putin emerge em um momento oportuno para o Estado russo. “É uma mensagem oculta à inteligência militar [russa] para encontrar e processar os combatentes do Wagner”, explica Petro Burkovskyi, dirigente da Fundação de Iniciativas Democráticas, instituto com sede na Ucrânia, em entrevista ao BBC.

“[É uma mensagem clara:] Ou faça o juramento e mantenha as armas ou desarme-se. Você obedece ou vai para a prisão”.

Em junho, algumas semanas antes da revolta fracassada do grupo de Prigozhin, o Ministério da Defesa deu aos mercenários até 1º de julho para assinarem contratos militares. O líder, por sua vez, recusou a proposta, pois não queria que o grupo operasse sob o ministério – esse foi o primeiro golpe público contra o aliado de longa data.

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