O Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ganhará novos membros a partir de 1º de janeiro de 2024, segundo anúncio feito na 15ª cúpula do grupo. Os novos membros contribuirão para que o Brics represente 29% do PIB mundial, 46% da população global, 43% da produção mundial de petróleo e 25% das exportações globais. Estes números expressivos lançam uma nova luz sobre a importância geopolítica e econômica deste bloco emergente.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
Os membros originais do Brics mantiveram uma postura de abertura para o processo de expansão. A iniciativa de crescimento do bloco era amplamente apoiada pela China e também, em menor medida, pela Rússia. O Brasil comemorou uma menção na declaração final sobre seu interesse em ingressar no Conselho de Segurança da ONU, embora a linguagem tenha sido vaga.
Arábia Saudita
Com 35 milhões de habitantes e uma renda per capita de US$ 23 mil por ano, a Arábia Saudita já era apontada como um forte candidato ao ingresso. O país tem o endosso da China e importantes reservas de petróleo, com uma economia que cresceu 7,3% em 2022.
Emirados Árabes Unidos
Com uma população de 9,35 milhões e uma renda per capita de US$ 44,3 mil, os Emirados Árabes Unidos já eram membros do Novo Banco de Desenvolvimento, criado pelo Brics, fortalecendo sua candidatura.
Argentina
O único representante da América Latina entre os novos membros, a Argentina tem 45 milhões de habitantes e um PIB per capita de US$ 10,6 mil. A economia do país cresceu 5,2% em 2022, embora esteja enfrentando uma crise econômica e incertezas políticas.
Egito
Com uma população estimada de 110 milhões e um PIB per capita de US$ 3,6 mil, o Egito teve um crescimento econômico de 5,8% em 2022. O país já era um membro do “Banco do Brics”.
Irã
O Irã, com cerca de 87 milhões de habitantes, tem um PIB per capita de US$ 4,9 mil e viu sua economia crescer 2,7% em 2022. O país enfrenta sanções econômicas dos Estados Unidos, ligadas ao seu programa nuclear.
Etiópia
A Etiópia, com 120 milhões de habitantes, tem o menor PIB per capita entre os membros, com apenas US$ 920,08. No entanto, sua economia cresceu 6,4% entre 2021 e 2022, um dos mais rápidos ritmos de crescimento na África.
A expansão do Brics pode ter implicações significativas na geopolítica global, neutralizando tentativas de isolar Rússia e China e diversificando ainda mais as fontes de influência e poder econômico em um mundo cada vez mais multipolar.