O Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos está analisando a viabilidade de desenvolver um exame a nível nacional, que unifique os processos seletivos para posições no âmbito do governo federal. Nesta sexta-feira (25), a ministra Esther Dweck dará início à exposição dessa proposta a entidades governamentais que possam demonstrar interesse.
Modelo de aplicação semelhante ao utilizado no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) seria adotado para a realização da prova, abrangendo regiões distantes do país e oferecendo um valor mais econômico. As questões do exame englobariam não somente tópicos de conhecimentos gerais, mas também abordariam aspectos específicos correspondentes às disciplinas selecionadas pelos concorrentes.
De acordo com uma análise preliminar, está sendo planejado que o exame seja realizado em 180 municípios, com a maioria localizada nas áreas Nordeste, Norte e Sudeste. Essas seleções foram feitas com base em um levantamento conduzido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
“É um processo de democratização do acesso para se tornar servidor público, mas também no sentido de que há uma retomada do processo de contratação para o setor, reforçando o fortalecimento do Estado brasileiro”, afirma Dweck.
A ministra ressalta que já foi anunciada a disponibilização de 8.146 novas posições no governo federal para o ano de 2023.
Em uma declaração à Folha de S.P, Dweck também expõe que a concepção da prova unificada surgiu ao perceber que numerosas entidades governamentais federais não têm promovido concursos há bastante tempo, e que muitos desses exames ocorrem somente nas metrópoles. A experiência adquirida com a execução do Enem emergiu como um ponto de partida para reimaginar os procedimentos de seleção.
Além do Ipea, entidades como o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e a AGU (Advocacia-Geral da União) também foram envolvidas na análise da viabilidade do empreendimento. Na próxima sexta-feira, a proposta será compartilhada com outros ministérios da administração do governo Lula, bem como com autarquias, institutos de pesquisa e agências reguladoras, com o intuito de receber feedback, críticas e sugestões.
“A gente tem feito conversas, vários (órgãos que realizam concursos) se interessaram, mas ainda não está tudo pensado”, diz Dweck. “O modelo ainda não está fechado, mas já temos muitos pontos pensados para apresentar. Amanhã [sexta-feira] ainda é um dia de escuta. Existe um grupo do governo muito empenhado em fazer isso”.
Com informações da Folha