As denúncias e descobertas sobre o caso das joias roubadas, envolvendo diretamente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid, fez com que a Cúpula Militar largasse a mão do ex-presidente. Tanto é que, segundo a colunista Bela Megale, no O Globo, a caserna já aposta que o destino do inelegível será mesmo a cadeia.
Por outro lado, a cúpula militar acredita que a prisão de Bolsonaro não deve respingar e nem terá “reflexo algum” nas Forças Armadas. Para um bom entendedor, os militares estão dando o recado de que Bolsonaro será largado pelo caminho por aqueles que lhe prestaram maior fidelidade enquanto estava no governo. Sendo assim, a eventual prisão do ex-presidente não vai causar reação nos quartéis.
É bom ressaltar que a medida em que Bolsonaro se afunda nas evidências e provas dos crimes praticados no caso das joias, o apoio que ele tinha nas Forças Armadas vai caindo drasticamente. O estrago na imagem dos militares chegou a tal ponto que um “mea-culpa” está sendo feito, reconhecendo que havia militares “excessivamente subservientes” ao ex-presidente.
Vale lembrar que além do tenente-coronel Mauro Cid, que está preso desde maio por suspeita de falsificar cartões de vacina, outros militares também estão sendo citados nas investigações, como é o caso do general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo a PF, o militar teria emprestado sua conta bancária para receber o dinheiro da venda ilegal das joias.