A Justiça Federal concedeu permissão para a realização de análises detalhadas em 14 veículos à prova de balas, conhecidos como “caveirões”, que foram comprados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Rio de Janeiro da empresa Combat Armor. O propósito da avaliação, requisitada pelo Ministério Público Federal (MPF), é verificar se os veículos estão em conformidade com as exigências técnicas requeridas.
Além das investigações no Rio de Janeiro, a empresa Combat Armor também está sob escrutínio da CPI do 8 de Janeiro, que está examinando a conexão entre a empresa e o ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques.
A companhia teve sua privacidade financeira, fiscal, telefônica e online comprometida devido à aprovação dessas medidas pela comissão. Documentos confidenciais já foram fornecidos aos parlamentares que fazem parte desse grupo. Um relatório emitido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e enviado à CPI revelou movimentações financeiras incomuns nas contas da Combat Armor.
No que diz respeito à investigação conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF), o departamento deu início a um processo para examinar possíveis transgressões relacionadas à aquisição dos “caveirões”. Informações preliminares apontaram para evidências de possíveis irregularidades no processo licitatório, incluindo discrepâncias nos documentos.
O MPF deu início a essa investigação após uma inspeção ter revelado que vários veículos blindados não estavam sendo utilizados devido a alegadas questões de inadequação técnica, conforme relatado pelo órgão.
De acordo com a determinação proferida na última quarta-feira (23), a análise técnica deverá ser realizada por um especialista designado pela Polícia Federal, em conformidade com a ordem judicial, e o relatório pericial deve ser entregue dentro do prazo máximo de 30 dias.
Silvinei e a Combat Armor
As aquisições duvidosas efetuadas pela Combat Armor Defense parecem ter ocorrido sob a administração prévia do ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, e estão também sob investigação por parte do Ministério Público Federal (MPF). Ao todo, parece que a PRF desembolsou pelo menos R$ 30 milhões para a blindagem e construção de veículos entre os anos de 2020 e 2022. Essa informação foi relatada pela Folha de S.Paulo.
Os relatórios do Coaf indicam movimentações financeiras incompatíveis com a capacidade econômica da empresa, além de evidenciar saques parcelados realizados durante um intervalo de cinco dias. No relatório, ao qual a Folha teve acesso, o Coaf declara: “As atividades financeiras demonstradas não correspondem ao rendimento declarado”.
Com informações da Folha e do Metrópoles.
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