Prosseguindo com sua visita à África após a reunião do grupo BRICS, o presidente Lula assinou acordos de cooperação nesta sexta-feira (25) durante sua visita na Angola. No momento, também criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal), devido à distância que o ex-líder estabeleceu entre o país e as nações do continente africano.
Lula observou que a troca recíproca entre as nações experimentou uma queda “drasticamente a partir de 2015”, e complementou destacando que, nos primeiros seis meses deste ano, registrou um aumento de quase 65%, quando comparado com o correspondente período de 2022.
“A vinda a Angola simboliza o retorno do Brasil à África. Nos últimos anos, o Brasil tratou os países africanos com indiferença. Pela primeira vez desde a redemocratização, tivemos um presidente que não fez nenhuma visita à África. Embaixadas brasileiras foram fechadas. A cooperação foi abandonada. Deixamos de atuar juntos nos foros internacionais”, afirmou Lula. O presidente também se comprometeu a “corrigir erros e alçar a parceria estratégica a um novo patamar”.
Na noite de quinta-feira (24), o presidente Lula desembarcou em Luanda e, desde as primeiras horas desta sexta-feira, manteve encontros com João Lourenço, seu homólogo angolano. Durante esses encontros, o líder do Partido dos Trabalhadores realçou o papel das empresas do Brasil atuando no solo africano e expressou a perspectiva de que Angola reúne capacidades para se transformar em um centro estratégico para a Embraer na região.
“A aquisição de aeronaves, como a KC390, e a revitalização da frota de Tucanos e Super Tucanos trariam transferência de tecnologia”, disse.
Os governos brasileiro e angolano formalizaram a assinatura de diversos acordos de natureza bilateral, com ênfase notável no âmbito da Defesa. Estes acordos abrangem diversos aspectos, incluindo o reforço das capacidades da Marinha de Angola e o estabelecimento de programas de treinamento de tropas destinadas a missões da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Estamos trabalhando numa cooperação que envolva treinamento de tropas angolanas no Brasil para as primeiras forças de desdobramento rápida de Angola a serviço da ONU”, afirmou o embaixador brasileiro em Angola, Rafael Vidal.
Com informações da Folha e Geopol.pt
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