Por Felipe Nunes, CEO da Quaest, em seu twitter
Publicamos nova pesquisa Genial/Quaest sobre o grau de endividamento da população brasileira. Os dados são alarmantes: 67% têm dívidas financeiras, sendo que 1/3 dizem ter muitas dívidas!
Entre quem tem renda familiar de até 2 salários mínimos, quase 40% dizem estar muito endividados, mas o percentual total chega a 72%! Há um claro viés de raça nessa questão também. Quem se auto declara branco é bem menos endividado que pardos e pretos. No caso destes últimos, apenas 26% não têm dívida.
Mais grave é perceber que quase ninguém afirma conseguir pagar suas dívidas com facilidade: apenas 19% dos endividados têm essa questão controlada. A Quaest Pesquisa investigou ainda quanto dos ganhos da pessoa são gastos com dívidas. A maior parte dos brasileiros (46%) gasta mais que 50% dos seus ganhos pagando dívidas todo mês.
A principal dívida é com cartão de crédito (31%), seguida de prestação de imóvel ou financiamento (14%), empréstimos (11%) e prestação de veículo (5%). Interessante que só 2% estão pendurados no cheque especial.
As dívidas têm claramente um viés de renda. Os mais pobres estão, proporcionalmente, com mais contas de água e luz atrasadas, bem como com dívidas em prestações de loja e carnês. Os mais ricos devem mais o cartão de crédito e o financiamento do imóvel.
Outro dado chocante na pesquisa é a quantidade de brasileiros que já tiveram seu nome no SPC/SERARA: 56%! Entre esses brasileiros com nome sujo, metade ainda não conseguiu se livrar disso! 51% dos endividados com atraso em parcelas continuam com o nome sujo.
Quem conseguiu limpar o nome, demorou mais de 1 ano (49%) ou conseguiu isso em até 6 meses (34%). A alternativa mais usada pelos brasileiros para limpar o nome é renegociar a dívida com o banco para pagar prestação menor (37%) ou renegociar para pagar com mais prazo (25%). Só 8% cortou despesas pra pagar a dívida.
É neste contexto que o governo capitaliza o lançamento do Desenrola, que já nasce com aprovação de 70% dos brasileiros. A pesquisa ouviu 2.029 pessoas entre 10 e 14 de agosto. Margem de erro de 2.2 pp.