A Polícia Federal (PF) emitiu intimações para que o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outros indivíduos ligados à investigação sobre a suposta venda ilegal de joias prestem depoimentos simultâneos no dia 31 de agosto. A ação visa evitar a possibilidade de coordenação de respostas entre os envolvidos.
Além de Jair e Michelle Bolsonaro, os seguintes indivíduos foram convocados pela PF:
- Fabio Wajngarten, advogado de Jair Bolsonaro;
- Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
- Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Mauro César Lourena Cid, pai de Cid, general da reserva que foi colega de Bolsonaro na Aman;
- Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.
A operação em questão, denominada “Lucas 12:2”, está investigando a suspeita de tentativa de venda ilegal de presentes recebidos pelo governo de delegações estrangeiras. Esses presentes, que incluem joias, foram doados por outros países, como a Arábia Saudita.
De acordo com a PF, a negociação para a venda desses presentes teria começado nos Estados Unidos em junho de 2022. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, teria retirado um kit de joias, incluindo um relógio Rolex de ouro branco, anel, abotoaduras e um rosário islâmico, do acervo de presentes que foi doado ao governo.
Em junho de 2022, Mauro Cid viajou aos Estados Unidos, levando o kit de joias consigo durante o voo oficial. Segundo a PF, ele teria vendido o relógio Rolex de ouro branco e outro relógio da marca Patek Philippe na Pensilvânia, tendo realizado um depósito no valor de US$ 68 mil (cerca de R$ 332 mil) em uma loja.
O advogado de Mauro Cid afirmou que o ex-presidente teria solicitado que Cid “resolvesse o problema do Rolex” e que após a venda do relógio, Cid teria entregue o dinheiro ao ex-presidente ou à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A operação “Lucas 12:2” foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Além dos depoimentos sobre o caso das joias, Jair Bolsonaro também está agendado para ser interrogado no mesmo dia sobre o caso envolvendo empresários que discutiram um possível golpe de Estado em mensagens de WhatsApp.
Enquanto as investigações prosseguem, o caso das joias ressalta a importância de garantir a transparência e a legalidade nas ações governamentais, especialmente no que diz respeito ao uso e à destinação de presentes recebidos por autoridades. A partir dos depoimentos e das investigações, espera-se que mais esclarecimentos sejam obtidos a respeito das circunstâncias e das responsabilidades envolvidas no caso.