Uma mobilização de petroleiros provenientes de diferentes regiões do país tomou forma em frente ao Edifício Senado (Edisen), atual sede da diretoria da Petrobrás, no coração do Centro da cidade do Rio de Janeiro. A manifestação, convocada conjuntamente pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e outras entidades representativas da categoria, teve como propósito principal pressionar a Petrobrás a liquidar dívidas com a Fundação Petrobrás de Seguridade Social (Petros). O movimento também buscou pôr fim aos programas de equacionamento de déficit que têm impactado os trabalhadores e incrementar a representatividade dos petroleiros na diretoria da Fundação.
O cerne da manifestação foi firmemente delineado por Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, que ressaltou o enfoque na Petrobrás para viabilizar mudanças no conselho deliberativo da Petros. A busca por uma alteração no quadro das indicações, visando o fortalecimento das negociações com as entidades sindicais a respeito do déficit da Petros, se destaca como uma necessidade urgente. Bacelar enfatizou a necessidade de se alcançar um acordo substancial e duradouro, visando pôr um fim definitivo ao impacto financeiro sobre a aposentadoria dos petroleiros.
A dívida da Petrobrás com a Petros, estimada em cerca de R$ 20 bilhões, assume posição central nas demandas dos manifestantes. Radiovaldo Costa, diretor do Sindipetro-Bahia, acrescentou que os aposentados já não suportam mais essa situação, e apelou para que a direção da Petrobrás tome uma atitude política, econômica e financeira que resolva essa questão.
O segundo ato nacional do ano realizado pelos petroleiros acentua o desejo da categoria de reformas na gestão da Petros. Os manifestantes demandam que a diretoria da Fundação seja constituída 50% por trabalhadores eleitos, a fim de que haja uma participação efetiva na administração do segundo maior fundo de pensão do Brasil. Atualmente, a diretoria da Petros é formada exclusivamente por indicações.
Os desafios que a Petros enfrenta em sua gestão têm impactado os assistidos, aposentados e pensionistas. A dificuldade de acesso à aposentadoria e a redução de benefícios têm gerado insegurança financeira entre os beneficiários. Os Programas de Equacionamento de Déficit (PEDs) também têm afetado negativamente os pagamentos de aposentadorias.
Tezeu Bezerra, coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), ressaltou a frustração dos petroleiros em relação ao governo Bolsonaro. A manifestação foi interpretada como um último golpe simbólico aos esforços do governo atual de se manter influente na Petrobrás.
A mobilização dos petroleiros ocorre em um contexto de preparação para a eleição dos conselhos Deliberativo e Fiscal da Petros, que acontecerá entre 29 de setembro e 9 de outubro. A chapa “Unidos pelo Futuro da Petros”, uma união entre a FUP e a FNP, se posiciona como um defensor das aposentadorias e aspira trazer mudanças à fundação.