Na manhã desta quarta-feira (23), durante um voo que decolou de Brasília com destino a São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro se viu envolvido em um episódio de hostilização. Sua jornada tinha como objetivo sua entrada no Hospital Vila Nova Star, onde ele passaria por exames de rotina. Um registro em vídeo desse voo, divulgado pelo jornal “Folha de São Paulo”, capturou um momento no qual uma das passageiras questionou se Bolsonaro estava evitando a Polícia Federal. Em contrapartida, o ex-presidente também foi ovacionado por seus apoiadores presentes na aeronave. Eles entoaram em coro o apelido de ‘mito’ e comentaram sobre sua aparência rejuvenescida, atribuída à aplicação de lentes de contato dentais.
Precedendo a sua viagem, Jair Bolsonaro admitiu ter encaminhado uma mensagem a seus contatos, na qual fazia insinuações infundadas a respeito de uma possível fraude por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições do ano anterior. Além disso, o texto incluía críticas direcionadas ao ministro Luís Roberto Barroso, que integra o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro do STF e então presidente do TSE Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021]. Eu sempre fui um defensor do voto impresso”, declarou o “capitão” à “Folha de São Paulo”.
O ex-presidente também esclareceu que não estava entre os empresários que, conforme a investigação da Polícia Federal (PF), receberam a mensagem repassada por Nigri. No entanto, a PF planeja ouvir o ex-presidente em relação à disseminação desse conteúdo. O depoimento foi agendado para o dia 31 do próximo mês, a ser realizado na sede da corporação em Brasília. “Eu vou lá explicar”, afirmou.