O defensor de Mauro Cesar Barbosa Cid, Cezar Bitencourt, anunciou que pretende visitar o gabinete do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). Sua intenção é agendar uma reunião com o ministro a fim de se apresentar e “se colocar à disposição da Corte” para esclarecimentos.
— Pretendo agendar um encontro com o ministro para me apresentar como novo advogado do tenente-coronel Mauro Cid e demonstrar a boa vontade do meu cliente em relação às investigações da Polícia Federal. Ele terá uma postura colaborativa, mas tome cuidado com essa palavra. Não podemos confundir isso com a intenção de realizar qualquer acordo de delação premiada, porque repito sempre que isso não está nos nossos planos — disse, ao GLOBO.
Bitencourt detalhou que se encontrou recentemente com Mauro Cid no Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, onde o ex-ajudante de ordens está preso:
— Passei mais algumas horas com ele e ele segue bem, forte e firme. Como militar, teve uma boa preparação para passar por situações adversas. Mesmo preso, segue praticando exercícios, lendo e confiante em sua nova defesa.
Depois do encontro, o advogado se reuniu com a família de Mauro, fazendo seu primeiro contato com o pai, general Lourena Cid.
— Ele (o general Lourena Cid) está muito tranquilo e também confiando na nova defesa. Não adiantei para ele qual será a nossa estratégia porque isso só diz respeito a mim e ao meu cliente. Mas é claro que, como ele também está sendo investigado, se necessário for, também serei seu advogado — disse.
Recentemente, Bitencourt revelou ao GLOBO que seu cliente, Mauro Cid, planeja prestar um novo depoimento sobre a venda de um relógio Rolex que foi presente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL):
— Mauro Cid vendeu o relógio a mando do Bolsonaro com certeza e entregou o dinheiro a ele — contou. — Os 35 mil que entraram na conta do pai dele era parte do pagamento que ele deu ao ex-presidente.
Em declaração à GloboNews, Cezar Bitencourt destacou que a suposta “confissão” de Mauro está limitada ao Rolex e não a outras joias investigadas pela PF. Ele também indicou que o valor poderia ter sido entregue por Cid tanto a Bolsonaro quanto à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Por fim, ainda ao GLOBO, Cesar Bitencourt enfatizou o comprometimento de Mauro Cid com a “obediência hierárquica” durante sua trajetória no Exército:
— Então ele assumiu que errou, quer fazer mea-culpa e eu prometi que vou proteger ele, vou acompanhar. São coisas muito complicadas, ele precisa se sentir seguro. Ele vai assumir a responsabilidade da parte dele e o resto é consequência. Cada um com seus próprios problemas.