Al Jazeera — O exército de libertação popular da China realizou exercícios após a parada do vice-presidente de Taiwan, William Lai, nos EUA.
A China iniciou exercícios militares aéreos e marítimos em torno de Taiwan para enviar um “forte aviso” às forças separatistas na ilha após uma recente visita do vice-presidente de Taiwan, William Lai, aos Estados Unidos.
Em resposta, Taiwan disse no sábado que os exercícios destacam a “mentalidade militarista” de Pequim, e que aeronaves de combate, navios de guerra e sistemas de mísseis terrestres foram encarregados de monitorar as forças chinesas.
O Comando de Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular, responsável pela área em torno de Taiwan, informou em um breve comunicado no sábado que estava realizando patrulhas conjuntas de prontidão naval e aérea em torno de Taiwan.
O comando oriental disse que os exercícios se concentraram na coordenação navio-avião para testar a tomada de controle do espaço aéreo e marítimo e para testar as capacidades de combate.
“Os patrulhamentos e exercícios servem como uma séria advertência à colusão dos separatistas da ‘independência de Taiwan’ com elementos estrangeiros e suas provocações”, disse um porta-voz do comando oriental à agência de notícias estatal Xinhua.
O Ministério da Defesa de Taiwan condenou rapidamente os exercícios, dizendo que tinha mobilizado forças adequadas para responder e possuía a habilidade, determinação e confiança para garantir a segurança nacional.
“A realização do exercício militar desta vez não só não ajuda a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, mas também destaca a mentalidade militarista [da China]”, disse o ministério em comunicado.
O vice-presidente de Taiwan, Lai, favorito para ser o próximo presidente de Taiwan nas eleições de janeiro, retornou dos EUA na sexta-feira, onde fez uma escala em sua viagem para uma visita oficial ao Paraguai.
Oficiais e analistas taiwaneses disseram que era provável que a China realizasse exercícios militares perto da ilha em resposta, usando a passagem de Lai pelos EUA como pretexto para intimidar os eleitores taiwaneses antes das eleições presidenciais do próximo ano.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, disse no sábado que cabe aos cidadãos de Taiwan decidir sobre suas próximas eleições, “não ao valentão da porta ao lado”, em resposta aos exercícios militares chineses.
A China reivindica Taiwan como seu próprio território e Pequim não descartou o uso da força para assumir o controle da ilha democrática e autogovernada, aumentando a atividade militar perto da ilha nos últimos anos em resposta ao que chama de “colusão” entre Taipei e Washington.
Em agosto passado, a China lançou dias de exercícios militares em grande escala em torno de Taiwan em resposta a uma visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taipei.
A visita de Pelosi levou a seis dias sem precedentes de exercícios militares chineses que contaram com os caças stealth J-20 da China e o disparo de testes de mísseis convencionais.
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