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Veja publica áudios do advogado de Cid

No seu escritório particular em Brasília, o advogado Cezar Bitencourt recebeu a equipe de VEJA na quarta-feira passada, 16 de maio. Ele havia acabado de voltar do Batalhão de Polícia do Exército, onde o tenente-coronel Mauro Cid está preso desde o dia 3 de maio. Bitencourt passou mais de três horas conversando com o ex-ajudante […]

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No seu escritório particular em Brasília, o advogado Cezar Bitencourt recebeu a equipe de VEJA na quarta-feira passada, 16 de maio. Ele havia acabado de voltar do Batalhão de Polícia do Exército, onde o tenente-coronel Mauro Cid está preso desde o dia 3 de maio. Bitencourt passou mais de três horas conversando com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e afirmou que ele está bem e ciente da responsabilidade que tem.

O advogado explicou que a “alguma coisa” que o militar irá arcar é a confissão sobre a venda das joias recebidas por Bolsonaro durante seu mandato. Segundo Bitencourt, Cid está disposto a dizer que agiu apenas sob ordens do ex-presidente, a quem ele chamou de “mandante” durante a entrevista, e que repassou todo o dinheiro das transações para ele.

Bitencourt também relatou que ele e Cid estavam sentindo pressão. Como medida de proteção, o advogado anda em um carro blindado. Já o militar quer assumir a culpa para livrar seus familiares das acusações e retirá-los do país.

Confira:

O que ele diz, efetivamente, que seria jornalisticamente interessante para a defesa que a gente soubesse? Por exemplo, ele não nega os fatos. O Cid não nega os fatos. Ele assume que foi pegar as joias. ‘Resolve isso lá’. Ele foi resolver. ‘Vende a joia’. Ele vende a joia. E o Alexandre de Moraes está muito duro, está extremamente duro. Eu vou estar com o Alexandre na segunda-feira – aliás, talvez não segunda porque ele pode não estar aqui. Mas vou conversar com ele sobre o caso.

Quando o senhor fala ‘resolve isso’, ‘vende as joias’, é ordem do Bolsonaro? É.

E ele não ficou com nada da venda das joias, não ficou para ele? Não.

Mas foi depositado na conta do general. É, mas é para passar para passar integralmente.

Foi passado? Integralmente. O Cid me mostrou o que ele tinha lá atrás, uns 800 mil que estavam aplicados, ele não deu detalhe. O dinheiro dele fecha. ‘Ah, mas ele tem 35 mil dólares’. Tinha uma poupancinha lá.

Como ele repassou para o Bolsonaro? Foi em espécie? Parece que foi 17 mil em espécie.

E o resto? Veio uma parte com ele, na conta do pai… O dinheiro era do Bolsonaro, não era dele. O dinheiro era do Bolsonaro.

Mas quem sugeriu de colocar na conta do general, por exemplo? Foi uma ordem do Bolsonaro? Não… Ele vendeu e tinha que internalizar. E falou: ‘Boto na conta do meu pai’. ‘Pai, posso botar?’. ‘Não, filho, vai me criar problemas’. ‘Mas eu preciso botar’. ‘Então bote’. É muito arriscado, como que vai sair com 35 mil dólares no bolso? É arriscado.

Como missão, né? É. Semana que vem vou falar com o ministro Alexandre de Moraes.

Acha que isso pode inclusive amenizar as questões que envolve o Supremo, vai se mostrar uma colaboração? Na verdade, é confissão.

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