Ministro da Defesa chinês prometeu assumir o controle de Taiwan “pela força”, se necessário

A China reiterou sua posição sobre Taiwan, pedindo aos Estados Unidos que parem todas as formas de interação com a ilha, incluindo a venda de armas americanas. O ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, alertou que as tentativas de “usar Taiwan para conter a China certamente terminariam em fracasso”. Ele fez esses comentários durante uma conferência de segurança na Rússia, onde se encontrou com seu colega russo, Sergei Shoigu. A China reivindica a ilha autogovernada de Taiwan e prometeu assumir o controle dela, pela força, se necessário.

Li Shangfu

Novamente instamos os EUA a: interromper todas as formas de interação oficial com Taiwan parar de atualizar intercâmbios substantivos com a região parar de conspirar e apoiar as forças separatistas que buscam a “independência de Taiwan” e parem de falsificar e esvaziar o princípio de Uma Só China.

Durante uma conferência de segurança na Rússia na terça-feira (15), o ministro da Defesa da China, Li Shangfu, fez um discurso mais agressivo do que o habitual, alertando sobre os riscos de “brincar com fogo” quando se trata de Taiwan.

O ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, se reuniu com seu colega russo, Sergei Shoigu, durante uma conferência de segurança em Moscou em 15 de agosto Ministério da Defesa da Rússia/Reuters

Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, Li afirmou que as tentativas de “usar Taiwan para conter a China certamente terminariam em fracasso”. Embora os comentários de Li tenham ecoado declarações anteriores de autoridades chinesas, o local de seu discurso foi significativo e simbólico, pois ocorreu na Rússia durante a Operação Especial e em tensão crescente com a OTAN.

O Partido Comunista da China reivindica a ilha autogovernada de Taiwan e prometeu assumir o controle dela, pela força, se necessário. Durante a conferência, o ministro criticou repetidamente as interações americanas com a ilha, com a qual Washington só tem relações diplomáticas não-oficiais, inclusive para a venda de armas americanas a Taipei.

Li, que foi alvo de sanção por parte dos EUA em 2018 por compras de armas russas, juntou-se à conferência de segurança de Moscou quando iniciou uma viagem de seis dias à Rússia e seu aliado próximo, a Belarus.

Autoridades de defesa de mais de 20 “estados amigos”, incluindo Belarus, Irã e Mianmar, também participarão do fórum, informou a mídia estatal russa anteriormente, citando o Ministério da Defesa de Moscou, que organiza o evento anual. Nenhum país ocidental foi convidado, disse a agência. A visita é a segunda de Li à Rússia desde que assumiu o cargo de chefe de Defesa, no início deste ano. Isso ocorre quando Pequim continua a reforçar seus laços de segurança com Moscou.

Durante a conferência, Li afirmou que as forças armadas da China eram “uma força firme na manutenção da paz mundial” e que o líder chinês, Xi Jinping, pretendia estabilizar a segurança global em “um mundo de caos”. Essa fala pode ser interpretada de maneira muito simbólica também, uma vez que a ingerência imperialista dos Estados Unidos no mundo todo nas últimas decadas é conhecida em muitos círculos como “Império do Caos”.

Segundo a Xinhua, ele acrescentou: “Estamos dispostos a trabalhar com outros militares para fortalecer a confiança mútua em estratégias de segurança militar e cooperação prática em vários campos especializados”. Li se reuniu com seu homólogo russo, Sergei Shoigu, para discutir a cooperação entre os militares dos dois países, disse a Xinhua.

A China e a Rússia realizam regularmente exercícios conjuntos –incluindo uma patrulha naval conjunta na costa do Alasca nas últimas semanas. O chefe de defesa chinês também realizou reuniões bilaterais com o Irã, Arábia Saudita, Cazaquistão, Vietnã e departamentos de defesa e líderes militares.

Os comentários de Li sobre Taiwan surgiram logo após a reação de Pequim, visto que o vice-presidente de Taiwan, William Lai, preferido na próxima corrida presidencial da ilha, fará escalas planejadas nos Estados Unidos durante uma viagem para uma visita oficial ao Paraguai.

No domingo, o Ministério das Relações Exteriores da China condenou a escala, chamando Lai de “criador de problemas”.

Os Estados Unidos mantêm um relacionamento não-oficial com Taipei depois de estabelecer relações diplomáticas formais com Pequim em 1979. E nesse relacionamento está incluso a cooperação militar, principalmente a venda armas à Taiwan.

Durante um discurso em Nova York, Lai afirmou que Taiwan nunca recuará diante das ameaças da China. “Não importa quão grande seja a ameaça do autoritarismo para Taiwan, absolutamente não teremos medo nem nos acovardaremos. Defenderemos os valores da democracia e da liberdade”, disse ele.

Fonte: CNN, Folha, Brasil de Fato

Matheus Winck:
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