Após ficar em silêncio diante das inúmeras revelações sobre o caso escandaloso das joias e a possibilidade de delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, preso desde maio, Jair Bolsonaro resolveu falar sobre o assunto e sinalizou claramente que vai abandonar o aliado.
Na entrevista que concedeu ao ESTADÃO, o ex-presidente disse que Mauro Cid tinha autonomia para tomar decisões e que, portanto, não deu as ordens para o militar vender as joias presenteadas pela Arábia Saudita.
Questionado sobre as declarações do advogado de Mauro Cid sobre a possível confissão dos crimes, Bolsonaro disse apenas o seguinte: “Ele (Cid) tinha autonomia. Não mandei ninguém fazer nada. (…) Eu quero clarear o mais rápido possível”.
Sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes de quebrar o seu sigilo bancário e fiscal o ex-capitão afirmou:
“Sem problemas. Tudo incomoda, mas sem problemas”.
Bolsonaro tentou justificar a posse das joias em seu acervo pessoal e citou o caráter personalíssimo do item. “Ela (a portaria 59/2018) vale pelo menos até a data que ela existiu. Quando a portaria é revogado, tem uma vacância. O acórdão de 2016 provoca o parlamento”.