Novos desenvolvimentos no caso da venda de joias da Presidência da República vieram à tona após declarações do advogado Cezar Bittencourt, responsável pela defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens. O advogado afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou a Mauro Cid para “resolver o problema do Rolex” e que o dinheiro da venda do relógio de luxo foi entregue a Bolsonaro ou à ex-primeira-dama, Michelle.
Em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, Cezar Bittencourt esclareceu sua afirmação anterior de que Mauro Cid confessaria ter vendido as joias da Presidência nos Estados Unidos sob as ordens de Bolsonaro e que teria entregue o dinheiro a ele. O advogado esclareceu que essa declaração se referia especificamente ao relógio Rolex, não abrangendo outras joias que também pertenceriam à União e que, segundo a Polícia Federal, também foram vendidas no exterior.
O advogado negou que Mauro Cid esteja disposto a “dedurar” Bolsonaro ou fazer uma confissão, mas sim a fornecer “esclarecimentos” sobre o caso. Esses esclarecimentos podem ser cruciais para esclarecer os detalhes da venda das joias e o destino dos valores obtidos.
A situação se torna ainda mais complexa com a revelação de uma ligação entre o advogado Paulo Cunha Bueno e Cezar Bittencourt. Segundo Bittencourt, Paulo Cunha Bueno, após a divulgação das declarações na revista Veja, ligou para ele informando que iria assumir a defesa de Bolsonaro e que gostaria de marcar um encontro. O advogado de Cid afirmou que não há problemas em receber tal ligação e que a reputação de Paulo Cunha Bueno foi atestada por outros profissionais.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, está sob custódia desde maio após uma operação da Polícia Federal que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, envolvendo membros de sua família e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Polícia Federal também realizou uma operação recentemente para investigar a suposta tentativa de vender ilegalmente presentes dados ao governo de Jair Bolsonaro por delegações estrangeiras. Entre os alvos da operação estavam Mauro Cesar Barbosa Cid, Mauro Cesar Lourena Cid, Osmar Crivelatti e Frederick Wassef.
Esse novo desenvolvimento no caso das joias presidenciais levanta questões sobre a transparência e legalidade das ações envolvendo a venda de bens pertencentes à Presidência da República, bem como o possível envolvimento de autoridades de alto escalão. Acompanharemos de perto as próximas etapas dessa investigação em constante evolução.