O ministro do STF, Alexandre de Moraes, autorizou um pedido da Polícia Federal de cooperação internacional para solicitar aos EUA a quebra do sigilo bancário das contas dos investigados na Flórida: Jair Bolsonaro, Mauro Cid, general Cid e Frederick Wassef.
Frederick Wassef, advogado que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, confirmou que recomprou um relógio da marca Rolex que Bolsonaro havia recebido como presente em uma viagem internacional. Segundo as investigações, o relógio foi vendido ilegalmente por assessores de Bolsonaro. Wassef, entretanto, negou ter adquirido o relógio a pedido de Bolsonaro e afirmou que a compra foi realizada com seu próprio dinheiro, atendendo a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele fez a declaração durante uma entrevista coletiva.
No contexto, em março, o TCU determinou que Bolsonaro não usasse nem vendesse as joias recebidas da Arábia Saudita, após um pedido da deputada Luciene Cavalcante.
Em defesa de sua ação, Wassef negou ter sido instruído por assessores de Bolsonaro para recuperar o relógio. Ele detalhou sua viagem aos Estados Unidos, mencionando várias cidades visitadas e atividades realizadas.
Na última sexta-feira, a PF executou mandados de busca e apreensão contra Frederick Wassef, o general Mauro César Lourena Cid e o tenente do Exército Osmar Crivelatti. Eles são suspeitos de desviar bens de alto valor, presentes de autoridades estrangeiras em missões oficiais, por meio de vendas no exterior. Segundo investigações, em junho do ano anterior, Mauro Cid vendeu o Rolex nos EUA por US$ 68 mil. Meses depois, Wassef recuperou o relógio e o entregou a Cid, que posteriormente o transferiu para Crivelatti.
A Polícia Federal pediu quebras de sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, para continuar as investigações. Também iniciou uma perícia no celular do pai de Mauro Cid.