Ontem esta coluna já havia adiantado que o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto, falaria sim tudo o que sabia e poderia dizer durante a oitiva da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro. Também reforcei que isso ocorreria independente do pedido feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) de autorização para que pudesse recorrer ao silêncio em depoimento na CPI dos Atos Golpistas.
Muita gente ficou sem entender e dentre tudo o que iria ocorrer na oitiva desta quinta-feira (17), essa era uma das poucas coisas que não haviam resposta, pelo menos até a volta do almoço na CPMI. Porém, como apurei ainda na noite de ontem (16), essa poderia ser uma estratégia da defesa para momentos de necessidade.
Fontes que estiveram com a defesa do hacker confirmaram à coluna que o pedido de silêncio ao STF era uma estratégia da defesa, já que era fato conhecido por todos que a parte da tarde na CPMI seria dominada pelos opositores do governo e a defesa acreditou que seria prudente ele ter esse recurso caso se sentisse intimidado.
Isso foi o que ocorreu, mais precisamente durante a fala da senadora Damares Alves (REP-DF) quando a senadora afirmou: “A vida da volta e é a tua vida que tá em risco”. Foi quando Walter se emudeceu e não respondeu mais a quaisquer questionamentos ou provocações dos parlamentares de oposição.
O pedido de silêncio era um instrumento de autopreservação, mas ao que tudo indica, não era para evitar a autoincriminação.