No primeiro semestre de 2023, o estado do Rio de Janeiro enfrentou um aumento de 17,3% em assassinatos, atingindo 1.790 ocorrências. Isso representa uma média de “10 por dia ou uma a cada 2 horas e meia.” Este aumento colocou o Rio em contraste com a queda nacional de 3,2% no número de homicídios, conforme dados do Monitor da Violência.
Enquanto o Sudeste, como um todo, viu um aumento de 4,3% nas mortes violentas, outras regiões do país apresentaram queda. Em entrevista ao G1, Samira Bueno, uma das diretoras do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, interpreta esse aumento no RJ, apontando que “a morte de Ecko desestabilizou acordos e relações entre organizações criminosas (facções e milícias), resultando em acertos de contas e novas disputas.”
Ainda para o G1, Daniel Hirata, sociólogo da UFF, concorda e destaca a natureza volátil das “disputas de grupos milicianos e facções do tráfico de drogas pelo controle territorial armado,” especialmente após a morte de Ecko.
A antropóloga Jacqueline Muniz critica a abordagem policial atual, afirmando que “a banalização das operações não produz controle de território e população. É um sobe e desce morro sem permanecer.” Enquanto isso, Cristina Neme do Instituto Sou da Paz chama a atenção para o “descontrole do estado em relação ao seu território” e a alta disponibilidade de armas de fogo nas mãos dos criminosos.
Em resposta, a Secretaria de Estado de Polícia Militar no Rio justifica que a alta se deve, em grande parte, “ao acirramento das disputas entre facções criminosas por território nas comunidades e entre grupos de contraventores rivais por áreas urbanas.” Ambas as Polícias Civil e Militar enfatizam sua atuação estratégica e colaborativa no combate ao crime.