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Primeiro dia da Marcha das Margaridas recebe ministras e líderes do governo

A 7ª edição da Marcha das Margaridas teve início nesta terça-feira (15), em Brasília, com a presença de mais de 100 mil mulheres reunidas pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver, tema do encontro deste ano. Nesta quarta (16), junto à marcha na Esplanada dos Ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve […]

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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

A 7ª edição da Marcha das Margaridas teve início nesta terça-feira (15), em Brasília, com a presença de mais de 100 mil mulheres reunidas pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver, tema do encontro deste ano.

Nesta quarta (16), junto à marcha na Esplanada dos Ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar as respostas sobre as principais demandas das mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades reunidas no evento. Com a presença de representantes dos movimentos sindicais e de ministros do governo federal, as solicitações enviadas em junho pela organização carregam boas expectativas para serem aprovadas.

As demandas das margaridas, denominação que as mulheres participantes da celebração recebem, abordam a ampliação da participação das mulheres na política; combate à violência, racismo e sexismo; autonomia econômica; acesso à terra e educação; segurança alimentar; produção rural aliada à agroecologia e universalização da internet e inclusão digital, conforme indica a Agência Brasil.

Para a coordenadora-geral da marcha e secretária de Mulheres da Confederação nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Mazé Morais, o evento irá “render frutos históricos capazes de mudar a vida de mulheres por meio de uma plataforma de resistência”.

Durante a abertura oficial do evento, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou que o Grupo Terra deve ser retomado pela pasta, que tem o objetivo de desenvolver políticas para as populações do campo e da floresta. Outros projetos também serão iniciados, como ações para acolhimento de mulheres e crianças vítimas de violência nas unidades básicas de saúde e reconstrução do comitê de avaliação de plantas medicinais e fitoterápicas.

A ministra das mulheres, Cida Gonçalves, também presente, relembra o motivo principal da marcha: pelos ideais das mulheres e por um país mais justo e pacífico. “Nós não queremos que seja o país do ódio e da raiva. Queremos que seja o país da paz”, afirmou.

A Marcha das Margaridas prestou uma homenagem à Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018, e símbolo de luta no país. Sua irmã, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, se emocionou com o episódio e reforçou a importância de seguir em frente. “Não vão nos intimidar, não vão nos calar”, declarou.

Além delas, outras várias mulheres em destaque na política brasileira também participaram do evento. Compareceram à Brasília nesta terça as ministras Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Margareth Menezes, da Cultura, e Ana Moser, do Esporte. Ministros e representantes da Caixa, Banco do Brasil e delegações de 35 países também estavam presentes.

Margarida Alves, a primeira

A Marcha das Margaridas nasceu em homenagem à trabalhadora rural e líder sindical da Paraíba, Margarida Maria Alves, assassinada em 1983. Ela é uma das figuras mais importantes para a luta social e política das mulheres, por reconhecimento, igualdade e dignidade.

Nesta terça-feira (15), o Senado aprovou a inscrição do nome de Margarida no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Agora, a matéria segue para sanção.

A cada quatro anos, desde 2000, mulheres de todo o Brasil se reúnem na marcha. Margarida Alves foi assassinada há 40 anos por latifundiários da região onde atuava a favor dos direitos trabalhistas e, principalmente, das mulheres. O crime ainda não tem solução e os mandantes nem sequer foram condenados, mas o caso já chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). 

Há três anos, em abril de 2020, a comissão determinou que o Brasil é responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção e garantias judiciais de Margarida Alves. Os familiares da líder devem ser reparados, além da necessidade de investigação e conclusão do caso e o fortalecimento do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, com destaque para a prevenção de atos de violência.

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