Um incidente energético, que teve impacto em 25 estados brasileiros e no Distrito Federal, parece ter sido ocasionado por um sistema de segurança, conforme apontam análises de especialistas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A partir de dados iniciais estudados por profissionais da Aneel e outras empresas do ramo, um mecanismo de segurança, denominado ERAC (Esquema Regional de Alívio de Carga), teria ativado um desligamento devido a uma alteração expressiva na carga elétrica.
Desenvolvido para detectar sobrecargas ou reduções bruscas no consumo, o software ERAC bloqueia a linha de transmissão para prevenir que tais instabilidades afetem toda a rede nacional.
Durante a manhã de uma terça-feira, ficou evidente que o ERAC desconectou uma seção do sistema elétrico enquanto havia um esforço para realocar uma quantidade considerável de energia do Nordeste em direção ao Norte do país.
Detalhes adicionais revelam que, nesse instante, havia uma maior inserção de energia oriunda de fontes solares e eólicas na linha de transmissão do Ceará em comparação à energia gerada por usinas hidrelétricas e termelétricas. Como resultado, a frequência da rede reduziu de 60 Hertz para 58 Hertz, sinalizando uma demanda acima do limite suportado. Diante deste cenário, o ERAC agiu, interrompendo uma parte do sistema.
A recuperação da distribuição de energia levou tempo devido à característica das fontes eólica e solar, que necessitam de uma injeção proveniente de outras origens energéticas para garantir uma distribuição efetiva. Esse fenômeno é semelhante à técnica utilizada ao se empregar cabos auxiliares em baterias de veículos para recuperação de sua carga.
O pronunciamento recente questiona suposições anteriores sobre uma possível sabotagem, anteriormente citada pelo Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira. Há consenso entre especialistas de que um ato de sabotagem desta magnitude requereria a cumplicidade de membros internos do ONS com pleno acesso à rede.
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